domingo, 31 de agosto de 2014

EDI lança demo

O projeto EDI acaba de lançar a Demo "Inexistente", Gravado dia 29 de Agosto de 2014 no Estudio F, em Natal/RN e o material está disponível para download. Composto por dois caras, tem Thiago Dutra (Guitarra/voz) e Thiago Figurante (Bateria), e trás um som cru e direto.
Baixe aí, e tire suas conclusões!!!
BAIXE AQUI "EDI-INEXISTENTE"
CONTATOS:

sábado, 23 de agosto de 2014

Entrevista Ratazana - 20 Anos

O papo de hoje é com a banda Ratazana, da cidade de Cerqueira César/SP. Completando 20 anos de estrada em 2014, nessa entrevista eles nos contam um pouco da história da banda no underground, sobre as demos gravadas e projetos para o futuro. Acompanhe aí e conheça mais sobre a Ratazana!!!
1-20 anos se passaram desde a formação do Ratazana. Nos fale como surgiu a banda, principais influências, conte um pouco sobre as mudanças nas formações, e como anda hoje:
Ratazana- Em 1994 a banda foi formada pelos amigos Ado, Gordo e Polastra, em nossa cidade no interior paulista, Cerqueira César/SP. Dentre várias influências, a principal digamos que foi os Ratos De Porão, inclusive que inspirou o nome da banda. Não havia muitos recursos disponíveis para nós naquela época, principalmente considerando que somos do interior paulista. Não haviam lojas de instrumentos e aparelhagens muito próximas, muito menos tínhamos condições de adquirir algo bacana, considerando a inflação da época, diferente de hoje onde podemos parcelar em diversas vezes uma compra, então seguimos com o que podíamos. Para terem uma ideia, a bateria era composta até por latas de sardinha. Como nunca visamos ganhar dinheiro tocando, tudo foi conquistado aos poucos com os esforços de cada membro ao longo dos anos. Sobre as formações da banda, na primeira década tivemos digamos que várias alterações de membros. No início da segunda década firmamos bem com os integrantes atuais. Ado é o único da formação original, que toca bateria. Marcelo Romero é o baixista e vocalista, e Caio é o guitarrista e vocais de apoio. Esta formação é a que conquistou mais coisas com a banda. Com certeza é a que mais representa a cara do Ratazana.
Caio em ação no Ratazana.
2-Em 2004 a banda lança uma Demo intitulada "Hardcore". Como foi o processo de gravação e distribuição desse trabalho?
Ratazana- Gravamos esta Demo em meados de 2004, quando a banda completava 10 anos de existência. Foi um momento histórico da banda não só pela data comemorativa, mas também porque iniciava-se a nova etapa para a banda, com nova formação que se estabilizou, e também pelas composições diferenciadas das demos antigas. As músicas da Demo Hardcore, em nosso ponto de vista, ficaram mais a cara da banda com relação às músicas das Demos antecedentes, mas é lógico, sem menosprezar o passado da banda, até porque aproveitamos algumas músicas antigas nesta então nova Demo. Outro ponto que achamos que foi muito importante na época foi a gravação em si. Gravamos em um estúdio em Avaré/SP (cidade vizinha à nossa), e obtivemos qualidade de gravação superior com relação às demos anteriores. A divulgação e distribuição foi no boca a boca. Tentamos expandir pela net também. Naquela época se não me engano foi quando iniciou a primeira rede de socialização virtual na net que se popularizou com grande expansão no país, então aproveitamos este espaço também. Buscamos divulgar em fanzines também. Na revista Rock Brigade obtivemos boa crítica, o que também ajudou a alavancar nosso trabalho. E algumas participações em coletâneas nos ajudaram a difundir ainda mais nossa Demo. Posteriormente, quando gravamos a Demo Classe Operária, incluíamos as músicas da Demo Hardcore como faixas bônus, continuando assim a divulgação desta Demo.

3-Qual a temática das letras do Ratazana?
Ratazana- Gostamos de seguir a linha de protesto. Além de curtirmos este tema, curtimos também a ideia de utilizar da música como veículo de comunicação para tentar ajudar os ouvintes a se conscientizarem que podemos conquistar coisas "colocando a boca no trombone", claro, não só falando, mas também agindo. Nosso país está carente de melhorias em todos os sentidos, então acreditamos que protestar por condições melhores é só um pequeno passo. Está em nossas mãos todo dia lutar pelo que acreditamos. Mas diríamos que nossas letras abordam diversos assuntos. Gostamos também de falar sobre o que vivemos. Sobre o que nos diverte, como por exemplo ir ao bar, tomar cerveja, curtir um som etc. Sempre utilizando a escola do Punk Rock clássico para falar sobre estas coisas.
Ratazana tem o Marcelo no baixo e voz.
4-Já em 2010 foi lançado a Demo "Classe Operária". Como foi a concepção desse CD?
Ratazana- Já tínhamos as músicas há um bom tempo, porém não tínhamos condições financeiras de custear a gravação, muito menos qualquer incentivo de terceiros. Ficamos um bom tempo apenas sonhando com a gravação destas músicas, mas continuamos ensaiando, tocando-as ao vivo, e compondo cada vez mais músicas, até que conseguimos aos poucos nos programar financeiramente, e entramos em contato com um novo estúdio de gravação também em Avaré/SP. Negociamos o parcelamento da gravação, dividindo os custos pelos 3 integrantes. Gravamos em apenas 2 dias, considerando que o primeiro dia foi praticamente perdido. Diríamos que o primeiro dia não rendeu muito talvez um pouco devido nossa pouca experiência com gravação em estúdio, e muito porque bebemos demais durante a gravação. Já no segundo dia fomos praticamente proibidos de beber pelo cara do estúdio, e concluímos nosso trabalho. Foram mais alguns dias para o cara do estúdio mixar, e logo estávamos com a Demo Classe Operária na mão para divulgar.
BAIXE AQUI O "CLASSE OPERÁRIA" E A DEMO "HARDCORE"
5-No ano passado a banda lançou um EP chamado "Bem Vindo ao Brasil". Nos fale um pouco sobre esse trabalho:
Ratazana- Recebemos o convite do Fabiano Gil de Areiópolis/SP para fazermos uma gravação. Escolhemos 4 músicas da Demo Classe Operária e uma música nova para gravarmos. O Fabiano é um cara que manja muito de gravação, mixagem e masterização. Só faltava um local com acústica adequada para gravação da bateria, então contamos com o apoio do Umberto Buldrini de Avaré/SP para gravarmos a bateria no estúdio dele. A ideia era fazer este primeiro experimento, e logo partirmos para um trabalho de gravação mais completo. Então realizamos esta gravação que ficou excelente com relação à qualidade da gravação, mixagem, masterização, e também consideramos da nossa parte, as músicas foram muito bem escolhidas e bem executadas. Gravamos no bem no finalzinho do ano passado e logo iniciamos a divulgação, portanto pode-se dizer que o EP foi lançado quase em 2014 mesmo.
BAIXE AQUI O "BEM VINDO AO BRASIL"
6-A banda também já participou de algumas coletâneas. Quais foram? E pra vocês, qual a importância das coletâneas na divulgação de uma banda underground?
Ratazana- Participamos de algumas coletâneas muito bacanas, entre elas a "Gold Star Collection", “HC Scene 6”, "Fúria E Ódio - 6 Way Compilation", "Kompilação Libertária#Attack The System" e "50 Tons De Ódio". Para o Ratazana sempre é muito legal participar de coletâneas. É uma ferramenta muito bacana de interação com outras bandas. Quando você divulga a coletânea, você divulga a sua banda e todas as demais que participantes, então expande muito a divulgação de toda uma cena. Esperamos ainda participar de muitas outras coletâneas.

7-A banda é da cidade de Cerqueira César, interior de São Paulo. Quais as principais dificuldades de manter uma banda em atividade numa cidade de pequeno porte? E o que vocês fazem para superar esses problemas?
Ratazana- Realmente em Cerqueira César não há muito espaço para o Rock em geral, e as dificuldades são vistas em vários aspectos. A prefeitura só investe grana com festas de peão, e no que se refere à música, eles acreditam que a cidade só precisa de música sertaneja e carnaval. Mas eles se enganam muito pois não há nenhum cantor sertanejo ou carnavalesco em Cerqueira César que está na ativa há 20 anos levando o nome da cidade tanto quanto o Ratazana por onde a banda passa. No setor privado também não há muito espaço, mas hoje em dia conseguimos mais espaço que há alguns anos atrás. Diria que hoje encontramos algumas poucas pessoas na cidade que fazem o que podem para colaborar com a cena, o que valorizamos muito. Mas acima de tudo, como temos muita vontade de fazer as coisas acontecerem, organizamos os festivais por aqui, contando com a participação das bandas de camaradas de diversas outras cidades. Temos digamos que um compromisso em manter viva a cena por aqui, por menor que pareça ser à outros, mas para nós é sempre muito prazeroso viver a cena. Costumeiramente somos convidados pelas bandas de metal da região para participar dos festivais de metal também. Sempre fomos muito bem recebidos pela galera do metal. Dentro de um contexto regional acerca de Cerqueira César, ao longo desses 20 anos acompanhamos bandas surgirem mas infelizmente pararem após um tempo. O que foi e ainda é muito importante pra gente é que nunca paramos de tocar, independente das dificuldades encontradas, e assim vamos mantendo viva a cena aqui por menor que pareça ser.
Ado, dono das baquetas e único remanescente da formação inicial.
8-No underground sempre rola de tudo, shows legais, shows furados, cada show tem uma história. Qual o show inesquecível pra vocês?
Ratazana- Teríamos vários exemplos de shows legais e shows furados para dar. Pensando assim nos vem a memória diversas situações positivas e negativas, mas em geral temos com certeza muito mais coisas legais do que ruins para lembrar e contar, até porque se você levar para o lado positivo, por mais que um show aparente ter sido "furado", quase sempre tem pelo menos 1 pessoa que foi e curtiu assistir a banda tocar, e isso é algo que não tem preço. No mínimo você conhece um lugar diferente e/ou pessoas diferentes, o que é sempre muito válido pra gente. Ultimamente todos os shows tem sido muito legais. A galera tem cada vez mais interagido, seja cantando nossas músicas ou seja fazendo roda. Quando um de nós está em algum evento apenas como espectador, que o Ratazana não vai tocar, sempre tem uma galera que nos reconhece e pergunta se vamos tocar, demonstrando desejo de nos ver no palco. Isso também é algo que não tem preço. É difícil citar aqui um show inesquecível, pois são muitos ao longo dos 20 anos, e cada um de nós deve guardar boas lembranças de shows diferentes. Mas arriscamos citar 2 shows que foram inesquecíveis para todos nós. Um deles foi quando abrimos para os Ratos de Porão, e outro que abrimos para o Periferia S/A (banda que seria a formação original dos Ratos de Porão, exceto pela saída recente do Betinho). Somos muito fãs dos Ratos de Porão, e apreciamos sua história e importância no cenário Punk Rock no país. Esses shows, além de nos divertirmos, a galera colou, agitou, fez roda e tudo mais, e ainda por cima assistimos esses ícones tocarem ao vivo no mesmo evento.
9-Quais os planos do Ratazana daqui pra frente? Algum material novo sendo preparado?
Ratazana- Estamos com algumas músicas novas prontas, as quais pretendemos gravar com a mesma qualidade de gravação do EP Bem Vindo Ao Brasil. Aproveitaremos para resgatar músicas da Demo Classe Operária, pois já que hoje temos acesso à condições excelentes de gravação, seria muito legal darmos a qualidade merecida para as músicas da Demo. Muito em breve devemos dar início às gravações, e logo estaremos divulgando o novo trabalho. Pretendemos também tocar muito mais, fazer shows em mais locais, conhecer mais cidades e pessoas, e continuar a trajetória do Ratazana difundindo o Punk Rock na cena underground.

10-O espaço é de vocês, deixem aqui a mensagem que quiserem para nossos leitores:
Ratazana- Gostaríamos de deixar 2 mensagens. Uma voltada para a música e a outra para o que podemos fazer para melhorar nosso país. Quanto à música, somos muito gratos à todos que nos apoiam, ouvem nossas músicas, vão aos shows, e que fazem o mesmo com as outras bandas na cena underground, enfim, todos aqueles que apoiam a cena e que contribuem para seu fortalecimento. Gostaríamos também de incentivar outras pessoas à montarem bandas, independente do estilo. É muito importante mantermos vivo isso. Gostaríamos também de incentivar as bandas já existentes a não pararem de tocar, independente das dificuldades. Com relação à outra mensagem, gostaríamos de pedir à todos para se conscientizarem com o que cada um pode fazer para melhorar nosso país, ou até mesmo em um contexto mundial. Pequenas atitudes fazem a diferença, e cada uma delas vai ajudando a erguermos nossa nação. Estamos em mais um ano político, e é muito importante agirmos com sabedoria nesse momento, caso contrário iremos continuar permitindo que nosso país entre cada vez mais nesse buraco que está.
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