domingo, 5 de julho de 2020

Injúria lança CD "Somos todos iguais"

A banda soteropolitana Injúria acaba de lançar seu CD "Somos todos iguais". Formado nos anos 90, o grupo passou por mudanças de formações e até hiato durante um período. Mas agora está de volta! Conversei com Manoel Messias, vocalista da banda. Se ligue aí!
Injúria por Fauro Joaquim/Against The Media
Primeiramente queria que você falasse sobre a banda, lá no início em 1993. Como surgiram e as influências?
Manoel Messias - A idéia embrionária da banda surgiu através de Tito, o antigo guitarrista, que chamou Fábio Castro para tocar bateria na banda que ele estava formando, tinha outro nome e contava com João Maldito (atualmente na banda Rancor) no vocal. Em 1993 houve a mudança do nome para Injúria e, após diversas trocas nos vocais, eu assumi o posto nesse mesmo ano. As influências iniciais eram o hardcore, o crossover e o metal. Após eu entrar na banda incluímos o rap neste molho sonoro. Escutávamos à época RxDxPx, Suicidal Tendencies, DRI, SOD, Excel, No Mercy, Slayer, Agnostic Front, Madball, Sick it of All, Cro Mags, Bad Brains, Beastie Boys, Public Enemy, Ice T, Run DMC, Racionais MC’s, Biohazard, Body Count, Rage against the machine. 

Foi nessa época que vocês participaram de algumas coletâneas, fala sobre elas:
Manoel Messias - Em 1995 participamos da UMDABAHIA como consequência da nossa atuação bastante ativa na cena punk/metal de Salvador, pois todas as bandas presentes na coletânea se destacavam pelos shows e pela quantidade de pessoas que compareciam. A UMDABAHIA foi importante para nós porque nos fez ser mais respeitados em Salvador e mais conhecidos na Bahia e no Brasil, além de abrir portas para shows maiores, com melhor estrutura. Dois anos depois, a convite de Phu (ex-DFC e atualmente vocal e baixista do Macakongs 2099), fizemos parte do primeiro tributo ao Ratos de Porão – Traidô que saiu pelo selo Silvia Music , dele e de Túlio DFC. Foram álbuns que tiveram uma grande repercussão positiva em todo o país e que hoje são difíceis de achá-los à venda.

Nessa época tocaram bastante, né? Fale sobre esses shows e onde foram:
Manoel Messias - Fizemos inúmeros shows por toda Salvador, desde o subúrbio até os bairros mais centrais da cidade, passamos por diversas cidades do interior da Bahia, além de shows realizados em Aracaju e Brasília. Posso destacar os shows que fizemos com o Ratos de Porão, grande referência nossa, e os dois shows que fizemos com Os Cabeloduro, um em Salvador, onde acabei fazendo um buraco no palco de tanto pular e o de Brasília, pela receptividade do público que agitou durante todo a nossa apresentação e comprou todas as nossas demo tape. O show de abertura que fizemos para a banda americana Dog Eat Dog, que curtíamos muito à época, o show que fizemos com o DFC, a nossa participação no Palco do Rock em 1996 e todas os shows que fizemos nas diversas edições do Garage Rock Festival.
Manoel Messias por Fauro Joaquim/Against The Media
E depois disso, vocês deram uma parada com a banda. Quando foi e o que aconteceu?
Manoel Messias - Eu, Fábio e Adriano não fazíamos mais parte da banda quando a banda parou, no início dos anos 2000, mas sei que o motivo da parada foi para que os membros restantes pudessem se dedicar a outros projetos pessoais. O que nunca foi interrompido foi o respeito e a amizade que temos um pelo outro. E foi com base nestas premissas que, em 2015, Adriano propôs a mim e a Fábio voltarmos a ensaiar e fazer novas músicas, inicialmente com outro nome, mas por exigência dos amigos e dos fãs a Injúria voltou aos palcos em 2019, e em Setembro faremos 01 ano de retorno.

E agora no meio desse caos, a banda volta com um novo material. Como foi a produção e gravação desse disco?
Manoel Messias - Um dos primeiros objetivos que definimos depois que voltamos com a banda foi de gravarmos o nosso primeiro álbum. Para isso selecionamos seis músicas, entre as músicas novas e as nossas clássicas, as aprimoramos, tanto nas músicas quanto nas letras. Escolhemos Vicente Fonseca, amigo nosso e que conhece o nosso som, para fazer a gravação, mixagem e masterização, além de ser produtor artístico conosco.
Fizemos uma campanha de financiamento coletivo cujo valor arrecadado pagou uma boa parte dos custos. As gravações ocorreram entre um show e outro nos meses de Novembro de 2019 a Abril deste ano. A capa, contracapa e o encarte foram feitas por Bruno Aziz e a Trinca de Selos – Brechó Discos, Bigbross Records e São Rock Discos é responsável pelo lançamento e distribuição.

Dessas seis músicas, algumas eram antigas. Quais foram?
Manoel Messias - "Morte aos Corruptos" e "Revolta Estudantil", com letras compostas por João Maldito. "Somos todos Iguais" é de João Maldito e Fabio Castro e "Olhe o Gringo" tem letra de Rico Oliveira, Fábio Castro e minha.

Eu gostei demais de "Anarko-íris" que tem uma letra diferente do que normalmente se escuta em sons de hardcore. De onde veio essa idéia?
Manoel Messias - Que bom que gostou, Nem! A letra começa com trecho de um poema que Thiago Evangelista, baixista da banda The Honkers, fez para uma musa dele. O refrão e a segunda parte da letra foi eu que fiz. Quando li o poema de Thiago logo percebi que poderia desenvolver uma letra que inspirasse esperança nas pessoas e que falasse de amor, mas que não fosse piegas. Acho que deu certo, pois temos tido boa receptividade das pessoas que a escutam, como foi o seu caso. Uma curiosidade é que o título da música foi dado por André, guitarrista da banda Via Sacra, depois de ouvi-la no StudioWorld, onde ensaiamos.

Gostei bastante também de "Antinome". Quem escreve as letras?
Manoel Messias - Fico feliz por ter gostado, obrigado. A letra de "Antinome" é a única deste álbum que fiz sozinho e um detalhe, como curiosidade, é que ela tinha uma letra bem diferente da atual, que foi refeita um pouco antes de gravarmos. Quanto a quem escreve as letras, nos anos 90 elas eram escritas exclusivamente por mim, as exceções foram as primeiras músicas da banda cujas letras foram compostas por Maldito e duas, sendo uma delas o "Olhe o Gringo", presente neste álbum, que foram feitas inicialmente por Rico Oliveira com colaborações posteriores minha e de Fábio. Atualmente a composição das letras está mais compartilhada entre nós, todos contribuem.

E agora, quais os planos pós pandemia?
Manoel Messias - Nosso plano pós pandemia é realizar shows de lançamento do nosso álbum em toda a Bahia e tocarmos em outros estados brasileiros, mas isto depende de como e quando será a retomada dos shows. Enquanto isto não se define, nós, no momento estamos compondo novas músicas e preparando a nossa lojinha com CD's, camisas, patches, adesivos e outros produtos para ofertarmos aos nossos fãs e admiradores.

O espaço é de vocês, aberto pra dizerem o que quiserem:
Manoel Messias - Muito obrigado pelo espaço, Nem e peço para todos que se inscrevam e nos acompanhem nas nossas redes sociais:
Para maiores informações e contato para shows temos o e-mail: injuriashows@gmail.com
Muito em breve teremos para a venda o nosso CD SOMOS TODOS IGUAIS. O nosso álbum está nas plataformas digitais. Escutem:
Fortaleça a cena. Sempre foi difícil para as bandas/casas de show/produtores do underground se manterem, mas piorou a situação nestes tempos de pandemia, então quem tiver uma grana sobrando adquiram camisas, CD's e outros produtos das bandas e contribuam com qualquer valor nas lives que assistirem.
Se você está com a carteira vazia, compartilhe os links dos eventos, os flyers, inscrevam-se e convidem os amigos para se tornarem inscritos e membros da página das bandas, fanzines e festivais nas redes sociais, enfim ajudem na divulgação das banda, das lives e festivais.




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