Rafa, Júlio e Felipe formam a banda. |
Formada em 2003, a Geração Suburbana foi idealizada por Júlio Pelloso na sua adolescência.
Agora em 2018 a banda lançou o CD “Vivemos Presos”, de forma independente. O projeto foi financiado pelos próprios fãs do grupo, através de uma campanha de arrecadação no site Catarse e teve apoio dos selos Weirdo Discos, Crise Produções, Feio Records, Resista e também do Tosco Todo-Selo de Divulgação.
Conversei com Júlio sobre o lançamento e sobre a história da Geração Suburbana. Saca aí!
Júlio durante gravação do novo CD. |
Primeiro queria que você falasse como o punk rock surgiu na sua vida?
Júlio Pelloso - Quando criança eu escutava rock com meus pais e sempre tive identificação maior com as bandas que tinham uma mensagem além da música. Com 11 anos eu tinha umas letras e vi que a melhor forma de apresentá-las era com o punk rock.
Sobre as bandas, comecei ouvindo Ramones e The Clash e depois fui para as bandas nacionais. Meses depois estava eu com documento falso pra entrar no show do Cólera no Hangar 110.
Sobre as bandas, comecei ouvindo Ramones e The Clash e depois fui para as bandas nacionais. Meses depois estava eu com documento falso pra entrar no show do Cólera no Hangar 110.
E quando foi que a Geração Suburbana entrou nessa história?
Júlio Pelloso - Aos 13 anos, montei com um amigo da escola minha primeira banda. O Autópsia 83, o Gustavo (Merdinha) não sabia tocar baixo, então ensinei ele algumas notas e começamos a dar vida, da forma mais simples e tosca, as nossas músicas. Logo depois convidamos o Diego (Japonês) para bateria e o Felipe (Lilika) para guitarra e completamos a banda. Fizemos alguns shows, e durou aproximadamente dois anos, mas musicalmente pensávamos muito diferente e começaram alguns desentendimentos, coisa de moleque que éramos.
Depois que acabou fiquei um ano sem tocar e triste que não tinha mais onde expressar o que sentia. Na época, engajado no punk, eu tentava que meus textos fossem publicado em fanzines e não dava certo. No meio da frustração peguei meus escritos e pensei; "estou estudando música, é uma área que gosto, tenho que montar outra banda!"
Chamei meu irmão pra tocar baixo e um amigo meu disse que ia arrumar um batera. Então chegou o Felipe e disse que podia tentar tocar. Passamos uma semana ensaiando todos os dias nos fundos da minha casa. E no final da semana já tínhamos 14 sons que se transformam na nossa primeira demo.
Chamei meu irmão pra tocar baixo e um amigo meu disse que ia arrumar um batera. Então chegou o Felipe e disse que podia tentar tocar. Passamos uma semana ensaiando todos os dias nos fundos da minha casa. E no final da semana já tínhamos 14 sons que se transformam na nossa primeira demo.
Essa primeira demo foi de quando?
Júlio Pelloso - 2004. A banda surgiu em Junho de 2003 e no início de 2004 já gravamos. Pegamos 2 horas de estúdio e fizemos gravação ao vivo tocando tudo como se fosse um show. A qualidade era péssima, gastamos 80 reais ao todo.
Depois não lançaram mais nada?
Júlio Pelloso - Em 2006 lançamos mais 7 músicas em um split com a banda Disastri77 (Deturpados) e a Tia Lurdes, com qualidade um pouco melhor, mas ainda foi gravação ao vivo. Todas essas demos a gente vendia em porta de show a 2 reais. Tirávamos xerox da capa, gravávamos em CD-R e colocávamos em um saquinho.
E agora em 2018 veio o CD? Porque esse tempo todo pra conseguir lançar?
Júlio Pelloso - Exatamente, embora o novo CD tenha sido gravado em 2017, nós tivemos muitas dificuldades no caminho. Eu e o antigo baixista começamos a nos profissionalizar na carreira de músicos. Eu toco violoncelo profissionalmente e ele baixo acústico. Como não é novidade, viver de música não é fácil e como não nascemos em berço de ouro, enquanto estudávamos não tínhamos grana pra muita coisa. Quando começamos a tocar profissionalmente perdíamos os finais de semana com concertos e freelas. Tanto que teve um ano que a Geração Suburbana fez apenas um show e muita gente achou que tínhamos acabado.
As coisas foram melhorando com os anos e assim eu banquei do meu bolso a gravação do último álbum. Mas quando ficou pronto, minha filha nasceu e não tínhamos grana pra lançar. Com isso surgiu a ideia do financiamento coletivo que viabilizou nosso CD.
Vivemos Presos - Arte por Leandro Franco |
E nesse CD entrou boa parte das músicas das demos. Tem umas inéditas também, né?
Júlio Pelloso - Vivemos Presos, A Bomba, Dona Maria, além de um Bach no violoncelo, como faixa oculta.
Dona Maria entrou no final de "A bomba".
Júlio Pelloso - Isso, bem lembrado!
É como na música clássica. Essa musica é como se fosse um concerto grosso na época do barroco. Começa hardcore, tem um segundo movimento mais lento e termina pra cima.
O CD foi financiado de forma coletiva pelos fãs, como foi para vocês quando perceberam que as pessoas queriam ver o CD novo da Geração Suburbana?
Júlio Pelloso - Foi uma surpresa bem positiva. Sentimos que nesses 15 anos fizemos amizades verdadeiras no punk e tem muita gente torcendo por nós.
Ouça aqui uma música do CD
E agora, quais os planos?
Júlio Pelloso - Temos alguns shows de lançamento do álbum para marcar entre outubro e novembro. Para o começo do ano que vem pretendemos fazer shows fora de São Paulo. Quem sabe não rola até um em Conquista?
Massa, serão bem vindos por aqui! Valeu pelo papo, o espaço é seu pra falar o que quiser:
Júlio Pelloso - Queríamos agradecer a você e toda galera que nos apoia e incentiva esses anos todos. Muito obrigado!
Para galera que leu até aqui. Continuem apoiando a cena da sua cidade, do seu bairro. Incentive as bandas, comprem CDs, camisas e, principalmente, vá aos shows. Valeu!
Para adquirir o CD entre em Contato:
2 comentários:
Da hora !!!! Salve Salve e VIVA O ROCK !!!!
Valeu !
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