De vez em quando recebo alguns materiais de bandas undergrounds independentes. Esse disco do Disunidos foi um deles. Vindo de João Pessoa-PB, eu já tinha feito uma entrevista com a banda anos atrás, que você pode ver aqui. Em relação ao CD "Real Salvação" achei interessante voltar a conversar com Aurício Fumaça, vocalista da banda, pra falar da concepção dessa criança. Acompanhe e ouça o disco!
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Disunidos é: André, Marcos, Aurício Fumaça e Neném |
A banda surgiu em 1987, parou por um bom tempo, e em 2015 voltou querendo gravar um CD, que só saiu agora. Porque tanto tempo assim para conseguir gravar e lançar?
Fumaça - Fizemos algumas demos. Mas algo mais elaborado e com uma grande parte das músicas antigas, só conseguimos agora. Creio que devido as idas e vindas da banda e geralmente quando pensávamos em fazer algo oficial sempre acontecia algo e nós parávamos.
O disco foi lançado com apoio de vários selos, fale sobre eles e como surgiu a parceria com vocês?
Fumaça - O convite surgiu do nosso brother Adriano Stevenson do selo Microfonia, como também a parceria com a Funjope (Através do Fundo Municipal de Cultura), daí em diante focamos no trabalho e na seleção das músicas. O Adriano é nosso brother de longas datas e junto com sua parceira Olga Costa que também é nossa amiga das antigas, ficou fácil a coisa acontecer.
Ouça aqui |
Vocês sendo uma das primeiras bandas da Paraíba a fazer um som punk rock, até demorou pra rolar o primeiro disco, qual a sensação ao pegar o CD da fábrica nas suas mãos?
Fumaça - Cara a sensação é única, cheguei a encher os olhos de lágrimas, pois não sou mais tão jovem, e os demais assim como eu vibramos muito, pois a coisa toda foi cansativa e o produto pronto foi a nossa recompensa por todo o nosso esforço.
Fumaça em ação! |
Teve algumas músicas que foram feitas ainda nos primórdios da banda, mas também tem música nova, né?
Fumaça - Justamente, dentre as novas estão "Dia à dia", "Pátria que o pariu" etc, mais a maioria é de músicas antigas, a exemplo de "Real Salvação" que é o título do CD e uma das primeiras letras da banda.
De quem foi a idéia da arte da capa do disco?
Fumaça - A ideia da arte foi do nosso guitarrista André Nóbrega, de comum acordo resolvemos homenagear várias bandas, pessoas e zines que fizeram e fazem o underground.
(Nota do Blog: O encarte teve a Direção de Arte de Maxwell Sousa)
Eu particularmente curto músicas curtas, e duas me chamaram a atenção no disco, "Alô môfi" e "Autogestão". Essas duas são novas?
Fumaça - São sim. "Alô Môfi" se refere a garotada que se envolve no mundo do crime e quase sempre tem um fim trágico, e "Autogestão" reflete um desejo de muitos libertários.
Outro destaque, pra mim, é "Mulheres em Luta" que fala sobre a mulher como protagonista da sociedade. De quem é essa letra? Era isso mesmo que vocês queriam dizer?
Fumaça - Esta letra é minha com a participação de Patativa (Madalena Moog), demoramos mais conseguimos chegar neste objetivo, tanto sonoro como na letra, que também faz referência a atitude do bozofacho quando disse que não estupraria a Maria do Rosário, na época se não me engano ministra dos DH. Tem ainda a participação da Marah e Kakal, vocais e percussão.
E agora, quais os planos com esse disco na bagagem?
Fumaça - Bem, este mês de Dezembro vamos dar uma descansada e a partir de Janeiro de 2020 estamos a disposição de quem queira ouvir o nosso som ao vivo e em cores, tanto no nosso estado como fora dele e fazermos amizades, trocar informações e o mais importante; tentar conscientizar as pessoas com nossas letras e palavras sobre esta política de ódio que está sendo implantada não só no nosso país como no mundo.
O espaço é seu pra falar o que quiser;
Fumaça - Agradecer mais uma vez pelo espaço, como também todxs os parceiros(as), amigos e pessoas que vão as nossas tocadas, não só nos prestigiar, como também prestigiar as outras bandas que fazem o underground de João Pessoa acontecer, e ao nosso Marcelinho (Studio Peixe Boi) que nos aturou kkkkk.
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2 comentários:
Parabéns pela entrevista! Valeu Nem! Abraço para todos!
Valeu, André!
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