Em 2016 eu apresentei uma matéria com esse mesmo nome, que falava sobre um disco lançado em 2015 pela banda Signista, daqui de Vitória da Conquista. Outro dia, conversando com meu amigo/professor Caio Snake, ele me falou de um disco que foi lançado ano passado, pela banda Social Freak, também daqui da cidade. E a gente falou sobre esse lance de algumas bandas não conseguirem essa visibilidade necessária para um lançamento de um disco, por vários fatores, que não vem aqui ao caso citar ou julgar.
Então Caio fez essa resenha do disco Enslaving Your Empty Soul, da banda conquistense Social Freak. Se ligue e ouça!
Por: Caio SnakeEnslaving Your Empty Soul é o primeiro album de estúdio da banda SOCIAL FREAK. Contendo 9 faixas autorais o CD é arrebatador. Um trabalho honesto capaz de por à mostra emoções densas embaladas pelo que há de melhor no rock'n'roll: identidade e atitude!
Da cidade de Vitória da Conquista, Bahia, esse grupo encarna o que há de mais melancólico, pesado e melódico da herança grunge de Seattle. Yhalú Martins com sua voz soando ora como Layne Staley, ora lembrando Chris Cornell e acompanhado por Igor Gabriel e Leonardo Araújo nas guitarristas, Danilo Dantas no baixo e Duda na bateria oferecem a medida equilibrada (ou seria desequilibrada!?) da expressão de tantas sentimentalidades.
Abrindo o álbum a música Disease explode com uma levada Stoner e apresenta na lírica o perfil da banda, suas motivações e sobre como a sociedade os enxerga, muitas vezes com preconceito e outras vezes com temeridade. Uma pancada! Assista o clipe abaixo.
Na sequência vem Calm and Suffering com uma introdução suave e melodiosa retratando a contradição entre ser melancólico e, ao mesmo tempo, buscar equilíbrio discernindo sobre o real e a loucura. A música oscila com passagens calmas e distorções furiosas.
Em seguida Waiting for The Sun reflete sobre a esperança nossa de cada dia em meio a tantos desafios no mundo atual. Sonzeira inspirada que te leva pra uma viagem em busca de um mundo melhor.
E.Y.E.S traz uma levada intimista e trata da crueldade que a depressão promove nos indivíduos e sobre o quão importante é a empatia, ou seja, sobre a urgência de ver a vida através do olhar do deprimido para sentir com e como ele. Mais uma pérola de riffs criadas pelos caras.
Depois da pancada vem a calmaria (será?), You Are Killing Me desabafa sobre sentimentos de posse e ao mesmo tempo de culpa por sentir amor demais por outra pessoa. Essa música não é exatamente calma, é uma balada de peso que rasga sentimentos que muitas vezes não conseguimos controlar.
Don't Pay Attention on Us vem na pegada da banda Rage Again the Machine e traz uma crítica politizada da sociedade e seus sistemas de opressão e alienação. Um grito furioso e cheio de groove de quem sacou as engrenagens da "Matrix".
Eis que surge Don't Cry descrevendo a trágica condição de um homem convocado pra guerra enquanto mulher e filho em desespero imploram ao Destino que cesse o conflito. Sonzeira!
Então somos surpreendidos por A Letter to My Mom. Introdução acústica descrevendo a situação de um jovem rapaz pedindo perdão à sua mãe por ter sido preso. Preso injustamente e assassinado no cárcere. Uma trágica história real convertida em obra-manifesto por esse talentoso grupo. Música tocante com solos extremamente inspirados.
Pra fechar esse primeiro full da banda vem a faixa The Last Vision que aborda a dualidade provocada por uma mente perturbada pela depressão na busca de saídas e caminhos em meio às trincheiras existenciais. Música transbordando emoções e dilemas provocados pela condição de estar vivo.
Em resumo: Grunge, Blues e Metal se fundem nessa obra para dar vida à uma sonoridade ímpar embaladas por melodias sedutoras que adornam uma lírica sensivelmente orgânica.
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Contatos:
banda.social.freak@gmail.com
Instagram:
@socialfreakoficial
Produção - Arthur Fabiano
Arranjos e melodias - Social Freak
Harmonias e letras - Social Freak
Arte e fotografia - Arthur Fabiano
Design e montagem de fotografias/arte final - Igor Gabriel
Design da capa/contra-capa e layout - Igor Gabriel
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