A entrevista de hoje é com o Barata, vocalista da Banda DZK. Um cara simples que tive o prazer de conhecer pessoalmente ano passado no Hangar 110, durante o show "Tributo Ao Redson (Cólera)". E depois de fortalecida a amizade, Segue aí o bate papo...
Barata em ação!!! |
1- Prestes a completar 30 anos de estrada, o DZK teve durante esse tempo vários problemas para manter a formação. Conte-nos um pouco sobre o começo da banda e sobre a sua entrada no DZK? Diz a lenda que foi através de um anúncio de jornal, é verdade?
Barata- É verdade, estamos completando 30 anos de história, passaram vários guitarristas pela banda e não aguentaram o rojão, mas conseguimos nos manter no cenário. Eu vim de outra banda chamada Desespero, que durou até 1988, a banda acabou, aí um amigo meu me deu uma dica de uma banda precisando de vocalista urgente, o anúncio estava numa loja em Mauá aqui no abc e essa banda era o DZK, fui ate a loja e peguei o endereço do baterista Macarrão, pedi para fazer um teste com eles, aí ele me falou “teste o caralho!!! É só chegar e cantar”, daquele dia em diante me mantenho a frente da banda até hoje.
2- A banda participou do histórico disco “O começo do fim do mundo” com o nome de Decadência Social. Como foi que surgiu esse convite e porque mudaram o nome da banda para DZK?
Barata- O convite surgiu por sermos uma banda do abc, eu ainda não estava no DZK essa época, depois do festival a banda Decadência Social acabou, aí o macarrão queria continuar com a banda, mas o restante da banda não permitiu usar o mesmo nome, ai ele colocou o nome de Dizikilibriu Social.
Compacto de 1992 |
3- Em 1992 a banda relança em vinil o material de dois compactos gravados anteriormente. Esse disco chamado “De geração para geração, eternamente punk” ainda tinha seis sons inéditos. Qual foi a sensação quando vocês pegaram as primeiras cópias na mão?
Barata- Quando saiu o primeiro compacto que foi apenas 500 cópias, meu é muito prazeroso ver o material físico na mão, ai já queríamos mais copias porque foi pouco, ai nos falaram não vamos fazer sim mais 500 cópias, mas com outras musicas novas, fizemos, então o primeiro se chamou “Dizikilibriu Social”, o segundo se chamou “Sexo cerveja e punk rock”, ai veio a oportunidade de gravar o LP, tínhamos seis músicas novas, ai tivemos a idéia de colocar as musicas do compacto junto no LP, porque saiu apenas 500 cópias de cada, sendo assim quem não tinha o compacto, teria ele no LP, e quem tinha o compacto teria que pegar o LP, por causa das outras músicas que não tinha no compacto.
4- Em 2000 a banda lança o CD “Imperialistas” que pelo título já dá pra ver que eram duras críticas ao sistema? Era um disco conceitual ou com temáticas diversas?
Barata- O disco foi feito com temáticas diversas, chamado “Imperialistas” , uma crítica ao Estados Unidos, por querer sempre dominar o mundo pela força das guerras.
5- Em 2006 vocês lançam o disco “Fui Punk”. O que vocês queriam dizer com esse disco? A partir daquele dia não eram mais punks? Ou era um grito contra tudo de errado que vocês viam no cotidiano e até mesmo dentro do movimento?
Barata- Quando começamos a trabalhar esse disco, iria se chamar “Fui punk minha vida inteira”, mas ates de gravá-lo, o Flexa saiu da banda, ai veio o Bokâ que era da banda Paranóia Nuclear e se juntou a nós, ai mudamos o nome só para “Fui punk”, porque era á musica título do disco, sabíamos que iriam ficar se questionando , o porque fui punk , se não éramos mais, mas a intenção foi essa mesmo, das pessoas ficarem se questionando, pô os caras não são mais punks, aí quando se deparam com a gente e vê que continuamos nossa luta ate hoje, a música começa como “fui punk a minha vida inteira, aí decidimos: vai ser só “fui punk” , para causar impacto do questionamento de ser punk.
6- Durante um tempo o guitarrista Flexa resolve sair da banda, voltando somente em 2007. Como foi ver novamente o DZK com sua formação clássica?
Barata- Pois é, o flexa saiu da banda quando ainda estávamos no processo de fazer o “fui punk”, ficou um tempo fora, e resolveu voltar, o bokâ depois que gravou o disco ficou por três anos conosco , e saiu da banda, ai passaram vários guitarristas, até que um dia o flexa pinta no ensaio , e o outro guitarrista que estava conosco há alguns meses não compareceu no ensaio, aí Flexa pegou a guitarra e começou a levar o som. Meu, parecia que nunca tinha saído da banda, ele se empolgou, e nós também, aí ele falou: “meu, quero o meu lugar de volta”. Concordamos , e está até hoje, ele que faz a maioria das letras da banda.
Flexa de volta |
7- Em 2008 é lançado o CD Tributo ao DZK, que contou com a participação de 27 bandas. Qual a sensação ao ouvir esse disco e sabendo que vocês são influência para todas essas bandas?
Barata- Ficamos muito contentes com esse tributo, isso mostra que nossa luta não é em vão, que todas as bandas que participaram, tem influências do DZK, mas cada uma com sua cara, o disco ficou muito bom, nós mesmo ouvindo , falávamos: “caramba!!! Os caras estão tocando melhor que nós!!!” rss.
8- E agora vai vir um CD de comemoração aos 30 anos do DZK? O "Dizikilibriu Social" continua?
Barata- Queremos muito fazer sim um novo disco, temos várias músicas novas, mas sempre sem tempo para ensaio e acaba sempre sendo adiada essa idéia de fazer o disco dos 30 anos, mas vamos nos esforçar para que isso aconteça, mesmo que seja com 31 ou 32 anos, com certeza o Dizikilibriu Social continua até que o coração parar. rss.
9- Saindo um pouco do assunto, você tinha um programa chamado Rota 77 com parceria com o grande Marco Ribeiro. Acho que foi um dos primeiros programas especializados em punk HC na net. Já tocaram até som de minha banda lá sem a gente nem se conhecer. O Marco me falou uma vez que encontrou nosso som pesquisando na net. Como era feita a seleção da programação?
Barata- É verdade. O Rota 77 foi o primeiro programa que começou a tocar o que ninguém tocava, quando ele me falou: ”tem uma banda aqui, o cama de jornal”, achei legal o nome e o som e tocamos, queríamos fazer isso mesmo mostrar o trabalhos das bandas que fizeram parte da cena, e as que estão surgindo dando continuidade na cena, a seleção era feita na hora que íamos gravar mesmo, com alguns materiais que as bandas nos enviavam, depois da rádio fizemos o festival do rota com 30 bandas, foi muito massa, aí paramos por um tempo, o Marcos estava sem tempo para fazer a radio, aí comecei outra empreitada, fiz outra rádio que se chamava Combat Rock que durou três anos, ai parei, voltei a fazer o rota de novo com o Marcos, aí fizemos outro festival , que se chamava “Rota 77 Convida” com 20 bandas. Foi muito bom esse festival, mas a rádio ficou no esquecimento, comecei a cobrar o Marcos para retornarmos a fazer, mas nunca dava certo, mas ainda tenho vontade de voltar a fazer, mas o Marcos não quer mais, terei que fazer sozinho. Aguarde, em breve retorno, mesmo que sozinho.
10- Barata, muito obrigado pela atenção. O espaço é todo seu pra divulgar o que tiver que ser divulgado e falar o que tiver que ser falado:
Barata- Bom meu velho, eu agradeço pela oportunidade de falar um pouco da minha história, é muito bom eu preste a completar 51 anos e ainda estar participando de tudo isso, a receita para sobreviver a tudo isso é fácil, tem que ter carisma e caráter, gostaria muito de um dia fazer uma tour pelo nordeste, mas é um sonho ainda não concretizado, se alguém quiser nos convidar para fazer shows , entre em contato com a Dunga que iremos com certeza:
Bom Nem, valeu pela oportunidade. Tem punk aí!!! Com certeza que tem!!
Contatos: dunga@bandadzk.com
Site Oficial: www.bandadzk.com
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Macarrão (bateria), Barata (vocal), Flexa (guitarra) e Charuto(Baixo). |
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