The Renegades of Punk e No Gods No Masters na Europa |
A banda sergipana The Renegades of Punk fez uma turnê na europa, com a produção da No Gods No Masters Distro. E desse giro, foi registrado "O Som da Selva", esse documentário excepcional, e eu diria que também é "didático" para quem tem banda ou participa da cena punk hardcore brasileira.
A produção do Documentário ficou com a Snapic, a Selvagem, Astromar Filmes, e a própria banda The Renegades of Punk.
Segundo a The Renegades of Punk: "Embarcamos nessa ideia, atravessamos o oceano e rodamos mais de 6.000km a bordo de uma van idosa e aconchegante chamada Vanete. Vanete era o veículo disponibilizado pela No Gods No Masters para nos levar mundo afora, nela cabia três amplificadores, uma bateria, um milhão de discos, uma tonelada de malas, uma cama e seis (as vezes sete) seres humanos desajustados."
Aproveitei e conversei um pouco mais sobre a turnê com o o Josimas e a Andreza, mentores da No Gods No Masters. Eles falaram sobre a preparação da turnê, diferenças entre a cena europeia e a brasileira, além de outros assuntos, se ligue aí!!
Vocês já organizaram várias turnês com a No Gods No Masters. Como é o trabalho de preparação de uma turnê como essa pela europa?
NGNM - Olá, nós, mesmo antes da No Gods No Masters, já organizávamos turnês, shows, eventos ligados ao diy em geral, palestras, oficinas, mostras de filmes. Não temos limites de região para organizar estas coisas e por isso expandimos esta organização para turnês de bandas brasileiras na europa. Basicamente, pensamos junto com a banda tudo que se quer fazer e, por termos bastante contatos na europa, agendamos os shows, alugamos a van e dirigimos. Tudo sempre de forma totalmente horizontal, sem empresários, sem contratos, apenas uma vida compartilhada, viajando e construindo coisas.
Assistindo ao doc, é visível a quantidade de coletivos e grupos produzindo na base do faça você mesmo. Qual a principal diferença entre a cena europeia e a brasileira?
NGNM - Nós, infelizmente, somos fruto e parte da sociedade que vivemos. Por isso, dizemos que a principal diferença é estrutural. Em paises ricos, todos são ricos ou classe média alta e isso se reflete no punk em geral. As comunidades punks/hardcore na maioria da europa não tem os mesmos problemas que temos aqui em países da américa latina e isso torna a vida cotidiana e os projetos mais fáceis. Nós aqui no Brasil, temos os projetos, as ideias, as construções, mas esbarramos em todo tipo de problema ligado ao dinheiro e a falta dele. Por isso tudo se torna muito difícil, mas conseguimos construir, buscando alternativas, tudo que sonhamos, mesmo que com bastante dificuldade. Na europa existe um circuito de turnês e suporte a bandas em turnês, existe um centro social político e cultural em todas as cidades e isso facilita bastante uma organização construtiva. Aqui estamos caminhando passo a passo para termos melhor estrutura para tudo que acreditamos.
Como tem sido a receptividade do público europeu as bandas brasileiras? O idioma é barreira para que a mensagem das músicas seja passada?
NGNM - Há sempre um ótimo apoio para bandas de países da América latina em geral. As pessoas dos coletivos entendem que é uma viagem cara e por isso ajudam bastante, é normal você tocar com bons equipamentos, ter um jantar, café da manha e receber dinheiro para seguir as viagens. Infelizmente o idioma atrapalha um pouco mas se você arranha um pouco de inglês você se comunicará com todas as pessoas.
Quero parabenizar vocês da No Gods No Masters, A The Renegades of Punk e também o pessoal que produziu de forma excepcional esse documentário. Fica aberto aqui o espaço para você deixar contatos, caso alguma banda queira fazer uma turnê como essa com vocês, e por ultimo, gostaria que você falasse um pouco sobre os planos futuros da No Gods No Masters:
NGNM - Bem, nós sempre organizamos tudo dentro da política do Faça Você Mesmo e incentivamos as bandas a fazerem o mesmo. Nós gostamos muito de compartilhar o que sabemos, trocar ideia e dizer que todas as bandas podem fazer isso, organizar sua própria turnê em qualquer lugar do mundo, jamais espere que façam por você, faça você por você, por sua banda, pelas bandas das pessoas que acreditam no mesmo que você acredita. Sobre os planos, temos alguns lançamentos ainda para este ano, algumas turnês de bandas da Europa pelo Brasil, viajar, plantar um pouco da nossa comida e ir sempre construindo uma comunidade punk cada vez melhor.
Muito obrigado pelo espaço e por estarem também, construindo esta cena em sua região. Estamos conectad@s!
Para saber mais sobre a no Gods No Masters entre em www.nogods-nomasters.com
Saúde e Autonomia.
Segundo a The Renegades of Punk: "Embarcamos nessa ideia, atravessamos o oceano e rodamos mais de 6.000km a bordo de uma van idosa e aconchegante chamada Vanete. Vanete era o veículo disponibilizado pela No Gods No Masters para nos levar mundo afora, nela cabia três amplificadores, uma bateria, um milhão de discos, uma tonelada de malas, uma cama e seis (as vezes sete) seres humanos desajustados."
Aproveitei e conversei um pouco mais sobre a turnê com o o Josimas e a Andreza, mentores da No Gods No Masters. Eles falaram sobre a preparação da turnê, diferenças entre a cena europeia e a brasileira, além de outros assuntos, se ligue aí!!
Vocês já organizaram várias turnês com a No Gods No Masters. Como é o trabalho de preparação de uma turnê como essa pela europa?
NGNM - Olá, nós, mesmo antes da No Gods No Masters, já organizávamos turnês, shows, eventos ligados ao diy em geral, palestras, oficinas, mostras de filmes. Não temos limites de região para organizar estas coisas e por isso expandimos esta organização para turnês de bandas brasileiras na europa. Basicamente, pensamos junto com a banda tudo que se quer fazer e, por termos bastante contatos na europa, agendamos os shows, alugamos a van e dirigimos. Tudo sempre de forma totalmente horizontal, sem empresários, sem contratos, apenas uma vida compartilhada, viajando e construindo coisas.
Josimas e Andreza |
NGNM - Nós, infelizmente, somos fruto e parte da sociedade que vivemos. Por isso, dizemos que a principal diferença é estrutural. Em paises ricos, todos são ricos ou classe média alta e isso se reflete no punk em geral. As comunidades punks/hardcore na maioria da europa não tem os mesmos problemas que temos aqui em países da américa latina e isso torna a vida cotidiana e os projetos mais fáceis. Nós aqui no Brasil, temos os projetos, as ideias, as construções, mas esbarramos em todo tipo de problema ligado ao dinheiro e a falta dele. Por isso tudo se torna muito difícil, mas conseguimos construir, buscando alternativas, tudo que sonhamos, mesmo que com bastante dificuldade. Na europa existe um circuito de turnês e suporte a bandas em turnês, existe um centro social político e cultural em todas as cidades e isso facilita bastante uma organização construtiva. Aqui estamos caminhando passo a passo para termos melhor estrutura para tudo que acreditamos.
Como tem sido a receptividade do público europeu as bandas brasileiras? O idioma é barreira para que a mensagem das músicas seja passada?
NGNM - Há sempre um ótimo apoio para bandas de países da América latina em geral. As pessoas dos coletivos entendem que é uma viagem cara e por isso ajudam bastante, é normal você tocar com bons equipamentos, ter um jantar, café da manha e receber dinheiro para seguir as viagens. Infelizmente o idioma atrapalha um pouco mas se você arranha um pouco de inglês você se comunicará com todas as pessoas.
Quero parabenizar vocês da No Gods No Masters, A The Renegades of Punk e também o pessoal que produziu de forma excepcional esse documentário. Fica aberto aqui o espaço para você deixar contatos, caso alguma banda queira fazer uma turnê como essa com vocês, e por ultimo, gostaria que você falasse um pouco sobre os planos futuros da No Gods No Masters:
NGNM - Bem, nós sempre organizamos tudo dentro da política do Faça Você Mesmo e incentivamos as bandas a fazerem o mesmo. Nós gostamos muito de compartilhar o que sabemos, trocar ideia e dizer que todas as bandas podem fazer isso, organizar sua própria turnê em qualquer lugar do mundo, jamais espere que façam por você, faça você por você, por sua banda, pelas bandas das pessoas que acreditam no mesmo que você acredita. Sobre os planos, temos alguns lançamentos ainda para este ano, algumas turnês de bandas da Europa pelo Brasil, viajar, plantar um pouco da nossa comida e ir sempre construindo uma comunidade punk cada vez melhor.
Muito obrigado pelo espaço e por estarem também, construindo esta cena em sua região. Estamos conectad@s!
Para saber mais sobre a no Gods No Masters entre em www.nogods-nomasters.com
Saúde e Autonomia.
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