Essa semana foi lançada em Belo Horizonte a revista BH Caos Magazine, produzida pelo Cleuber Toskko, do Sinfonoise Distro Records. A revista surge com o objetivo de divulgar, de forma mais direta, as bandas do underground brasileiro. Então é uma ótima pedida para quem tem banda, produtores de eventos e público em geral que habitam o subterrâneo poder conhecer um pouco mais sobre a cena. E para sabermos mais sobre esse projeto, conversei com o Cleuber, se liguem aí!!
Cleuber Toskko e a primeira edição da BH Caos Magazine |
De onde veio a idéia de lançar uma revista sobre a cena underground brasileira?
Cleuber Toskko: Conversa dos toscos (risos). Então, a ideia surgiu na falta que eu sinto de uma revista especializada no Brasil voltada apenas para a cena underground, sem os mainstrean’s, só o underground, como eram a maioria dos fanzines antigamente. Em nossa cena temos grandes bandas, selos e produtores, pessoas que dão duro pra caramba e que merecem reconhecimento por seus trabalhos, mas na ‘‘grande imprensa do rock’’, nem sempre essas pessoas tiveram espaço e o reconhecimento que merecem. Nossa cena está mais viva do que nunca, bandas antigas voltando, várias bandas e produtores novos na ativa, muitos shows e festivais acontecendo, então a BHCaos Megazine vem pra apoiar e reforçar essa galera que rala de verdade em prol da cena, vem pra noticiar o que anda acontecendo na cena underground nacional. Por não termos uma mídia especializada na cena, acabamos não sabendo o que acontece em Fortaleza por exemplo, ou na cena de Manaus, ou no interior paulista, no interior mineiro, saca?! A revista também quer ajudar a galera nisso, unificar, tornar as distâncias menores, quer divulgar o que rola nos mais distantes lugares do Brasil, pra que todos fiquem sabendo que tem uma cena forte lá naquela cidadezinha esquecida sacou?! Assim as bandas vão poder ir lá e fazer um show, os selos vão poder entrar em contato e trocar material, é divulgar todos os envolvidos, sem panelinhas desgraçadas, sem coletivos, sem tribos, sem gangues, sem clãs, todos juntos por uma causa maior, o underground.
Quando e onde vai ser o lançamento?
Cleuber Toskko: Estamos fechando ainda um lugar pra fazer o coquetel de lançamento. Algo simples, nada demais, só pra batizar mesmo a 1° edição. Eu não ligo pra essas coisas, isso não importa pra mim, eu nem faria na verdade, o importante é a revista nas ruas. Mas o resto da nossa equipe quer arrumar uma desculpa pra encher a cara. (risos).
Apesar de hoje em dia existir tantos canais de informações gratuitas disponíveis em tempo real na internet, qual a importância de uma revista impressa como essa circulando na cena?
Cleuber Toskko: Acho de extrema importância uma publicação impressa nesses tempos de vida Wi-Fi. Justamente porque somos bombardeados de informações o tempo todo, a cada minuto, no final, não conseguimos digerir todas elas. De cada trinta notícias que recebemos, mal vamos nos lembrar de três, e mesmo lembrando, será algo superficial sem reflexão, sem aprofundamento. Já a publicação impressa nos faz parar, pausar essa vida corrida, sentar e dedicar um tempo para lê-la, folear com calma as páginas, apreciar o conteúdo, a estética, emprestar pros amigos, colecionar, etc.
Porque vocês também disponibilizaram a edição pra leitura on line? E onde as pessoas podem acessar?
Cleuber Toskko: A idéia da versão online e do PDF gratuito é levar a revista onde a impressa não pode chegar ainda. É muito difícil fazer uma revista dessa, custa muito caro, fizemos poucas unidades, mas pretendemos aumentar a tiragem no futuro se as vendas forem aumentando é claro, tudo depende do apoio da própria cena que estamos apoiando, é uma troca, é um ajudando o outro. Pra revista durar precisamos do apoio de todos. A versão online é legal nesse ponto, pois quem não puder comprar a física pode ler a online, no Brasil e no resto do mundo. Mas a versão online nem sempre será disponibilizada junto ao lançamento, a ideia é divulgar a online três meses depois do lançamento, porque a revista é trimestral. Seria assim: saiu a número 3, disponibilizaremos a online e o PDF da n°2, saiu a n°4 disponibilizaremos a online e o PDF da n°3, assim ela não atrapalha as vendas. Mas sempre teremos o PDF e a versão online justamente por causa do seu alcance. Obviamente queremos divulgar as bandas nacionais para o maior número de pessoas no mundo e a versão online e o PDF são ótimas ferramentas para isso, mas também precisamos vender a física senão a revista morre. A versão online pode ser lida através desse link:
E o PDF através desse link:
A Revista precisa de grana para ser impressa, como tem sido a captação dos recursos para a execução desse projeto?
Cleuber Toskko: Ter que correr atrás de anunciantes é a pior parte, tentar convencer as pessoas é um saco, ficar explicando que vale a pena investir, que ele vai estar ajudando a revista e o underground e blá, blá, blá. Foi ralação demais, mas pro primeiro número eu até que consegui uma quantidade razoável de anunciantes, a maior parte são de amigos que nem precisei convencer, pois são pessoas que já me conhecem e confiam nos meus projetos, mas quando ofereci para outras pessoas, foi mais difícil. Uma revista desconhecida, sem nome, e eu sem nenhuma edição pra mostrar de exemplo, dificultou tudo, por isso que, quem acreditou e anunciou nessa edição foram os amigos. Mas agora com essa edição na mão creio que será um pouco mais fácil de convencer outros anunciantes. No geral, tivemos que por a mão no bolso e pagarmos a revista, os anúncios ajudaram com uns 40% do valor total, o resto foi pago por mim, pelo Silva Dops, pelo Rodrigo Buba e pelo Felipe Lopes. Estamos na expectativa que a partir do número três ou quatro a revista se pague, não precisa dar lucro, não fazemos isso pela grana, mas ela tem que se alto pagar, sem a gente tirar grana do bolso.
Qual a tiragem dessa primeira edição e como vai ser a distribuição?
Cleuber Toskko: Fizemos inicialmente 300 unidades. Queríamos fazer uma tiragem maior, mas como falei, o número de anunciantes e a grana que tivemos que colocar, não possibilitou uma maior tiragem. Acho que vai ser bem difícil fazermos uma segunda prensagem desse primeiro número, pois não vamos ter lucro nenhum nas vendas, e nem mesmo o reembolso da grana pessoal que investimos, ou seja, ela já saiu com prejuízo financeiro, mas estamos otimistas para as próximas edições. Se não acontecer, infelizmente vamos ter que parar de edita-la, ou manter só a versão online, mas o propósito maior da revista é a versão impressa, a online não nos dá tanto prazer. A distribuição e venda está sendo feita através da página oficial da revista no facebook:
As pessoas entram em contato, fazem o depósito e enviamos a revista no dia seguinte. Já em Belo Horizonte ela pode ser adquirida na loja Mania De Rock, na galeria do rock, na loja Armany Tattoo na Savassi e na Cogumelo Records.
E entre as bandas e público underground, como tem sido a receptividade para com a BH Caos Magazine?
Cleuber Toskko: Tem sido ótimo, todos apoiaram! Tenho recebido muitas mensagens legais de pessoas do Brasil todo, parabenizando pelo projeto. O interessante de mencionar aqui é que mesmo a revista levando o nome ‘‘BH’’Caos, a publicação não se destina somente as bandas da capital mineira, nosso projeto é apoiar todas as pessoas envolvidas no underground nacional. Tanto que nessa primeira edição, tem divulgação de bandas de São Paulo, do Paraná, da Paraíba, do Rio De Janeiro, do Espírito Santo e de vários outros estados. O nome da revista vem de uma coletânea que meu selo Sinfonoise Distro Records lançou em 2014 com dezesseis bandas aqui da capital, então resolvi dar continuação a esse nome que acabou virando um projeto maior dentro da sinfonoise.
E quem quiser mais informações sobre como anunciar, como divulgar sua banda na Revista, qual o contato?
Cleuber Toskko: Podem escrever para sinfonoise@gmail.com
1ª Edição: Leia Aqui |
Valeu, desejo sucesso nesse novo projeto e o espaço é de vocês:
Cleuber Toskko: Eu que agradeço parceiro por essa oportunidade de falar da revista. Vamos todos continuar lutando por nosso underground, seja com revistas, selos, bandas, bares, zines, o que for. O underground é honesto e vivemos ele todos os dias de nossas vidas por toda vida, uma das poucas coisas honestas que restaram na humanidade. Quanto aos escrotos que se infiltram na cena eles desaparecerão, como sempre aconteceu, suas máscaras cairão, só prevalece os humildes e batalhadores, os que lutam para ajudar a cena e não para se autopromoverem, esses terão seus nomes respeitamos por toda vida, não como uma forma de idolatria e sim de reconhecimento e respeito. Quero finalizar com uma mensagem para algumas pessoas que reclamam e dizem que a cena morreu, que o underground acabou. Ele não acabou, ele não morreu, ele nunca esteve forte ou fraco, o underground sempre foi aquilo que você quis que ele fosse na sua concepção, o underground está vivo e vai continuar vivo por gerações, é você que tem morrido para ele a cada dia.
CONTATOS:
Email: sinfonoise@gmail.com
https://www.facebook.com/bhcaosmegazine/
Acesse o Blog da Revista: http://bhcaos.blogspot.com.br/
CONTATOS:
Email: sinfonoise@gmail.com
https://www.facebook.com/bhcaosmegazine/
Acesse o Blog da Revista: http://bhcaos.blogspot.com.br/
Um comentário:
valeu demais pela força Nem! Abração
Postar um comentário