quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Programa Música do Subterrâneo 04

GRAVAÇÃO DO PROGRAMA MÚSICA DO SUBTERRÂNEO 04-DO DIA 18/12/2014


1-VINHETA DE ABERTURA-Arquivo Morto(PE) - Só Mais Um Programa
2-FLICTS-UM GRITO VINDO DA RUA(SP)
3-GERAÇÃO SUBURBANA-JUNTOS PELA REVOLUÇÃO(SP)
4-RATAZANA-EU NÃO FAÇO O QUE ELES QUEREM(SP)
5-RESTO DE ONTEM-DECADÊNCIA(SP)
6-AS MERCENÁRIAS-AÇÃO NA CIDADE(SP)
7-EXCOMUNGADOS-STROESSNER(SP)
8-NÃO E PROLIFERAÇÃO-PODER(BA)
9-REPLICANTES-HARD CORE(RS)
10-SOCIEDADE ZERO-ONDE OS PORCOS DORMEM(BA)
11-DANCE OF DAYS-FLORES AOS REBELDES QUE FALHARAM(SP)
12-O DIA D-BLACK BLOCKS(DF)
13-OVERDRIVE-AQUECIMENTO GLOBAL(PE)
14-RESTOS DE NADA-DIREITO A PREGUIÇA(SP)
15-JAKO SURRADO - REALIDADE DECADENTE(PE)
16-DEPENDÊNCIA PULMONAR- MENOR INFRATOR(DF)
17-NTE-O PODER DO DINHEIRO(RN)
18-DONA IRACEMA-TIÃO(BA)
19-RATOS DE PORÃO-VÁ SE VIRAR(SP)
20-SBÓRNIA SOCIAL-TRABALHADORES OPRIMIDOS(BA)
21-CAMA DE JORNAL-NADA A PERDER(BA)
22-EL TOUCH 77-ANTI IMPERIALISMO(GO)
23-KRANKO- ROQUI DU PANQUI(AL)
24-REVOLUÇÃO PROLETÁRIA-REVOLUÇÃO PROLETÁRIA(BA)
25-NRU-JOÃO CUAL QUEMERDHA(BA)
26-GRITANDO HC - QUERO SER PUNK COM VOCÊ(SP)
27-NORFIST-FUTURO DA NAÇÃO(BA)
28-GERAÇÕES PERDIDAS-BRASIL, UM PAÍS DE POUCOS(GO)
29-OLHO SECO-SINTO(SP)
30-NÃO RELIGIÃO-MORTE EM FILA(SP)
31-CAMA DE JORNAL-O TEMPO(BA)
32-CÓLERA-É NATAL(SP)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Entrevista com o Alexandre da N.T.E.

Tenho postado poucas entrevistas ultimamente no blog, mas a partir desse mês estarei de férias no trabalho, e tenho algumas entrevistas já engatilhadas. A primeira delas é essa de hoje com o Alexandre, vocalista da banda N.T.E., lá de Natal, no Rio Grande do Norte. Chega de conversa, e vamos para a entrevista!!!
Alexandre, vocalista da banda N.T.E.
1-A banda N.T.E. surge em 2006, mas só em 2010 a banda inicia suas atividades de fato. O que aconteceu nesse intervalo de 4 anos?
Alexandre: Vai ser a primeira vez que vou contar tudo de forma detalhada o que aconteceu com a banda de 2006 até 2010. Eu era vocalista de uma banda daqui de Natal por nome de Raça Odiada, que foi montada em setembro de 1998 e que acabou em 2005. Como não consigo ficar longe da cultura underground, no dia 21 Janeiro de 2006, resolvi junto com um amigo meu da época (que agora é ex-amigo), montar uma nova banda que não tivesse tantos problemas como a minha antiga banda. Daí montamos a N.T.E, com instrumental bem simples e letras sérias. Ensaiamos o primeiro semestre de 2006 todinho e a banda éramos só nós dois. Eu tocava bateria e cantava e o outro cara tocava guitarra e fazia o vocal também.
Construímos uma sonoridade simples, porém, consistente. Pra mim quanto mais simples melhor! Principalmente quando se trata de música hardcore/punk, alternativa e independente. Não precisamos complicar tanto as coisas, pois nossas vidas já são bem complicadas de se levar.
Paralelamente à banda, tive muitos problemas pessoais. Estava desempregado, sem estudar e o relacionamento que eu levava com a companheira da época foi um fiasco. Enfim, minha vida em 2006 estava à beira do fracasso e a única coisa boa na minha vida nessa época era a N.T.E.
Mas, como não vivo de música, tive que deixar a cidade do natal no segundo semestre de 2006 e só voltei a morar em Natal novamente no segundo semestre de 2008. Ficamos todo esse tempo parados, que pra mim foi uma eternidade! Não consigo mais viver sem banda.
Ficamos o ano de 2009 ensaiando bastante e montando as músicas da primeira demo que se chama “AGORA”, que foi gravada em 2010. A decisão de considerar a banda só a partir de 2010 foi justamente por causa dessa interrupção. Não adianta muito ficar falando que você possui 20 anos de banda e 15 desses, você não ter feito nada. Nenhuma gravação com músicas autorais, nenhum evento do tipo “Faça você mesmo”, não ter tocado muito por causa do comodismo e zona de conforto, ficando sempre a espera de outros. São por esses motivos que consideramos a banda N.T.E. somente a partir de 2010, pois nesse mesmo tempo, conseguimos gravar a demo “AGORA” , tendo assim um verdadeiro inicio. Se a banda acabasse hoje, teria deixado um pequeno registro na música underground natalense.
Bruno: Guitarrista da N.T.E.
2-o que significa o nome N.T.E.? E de onde veio a idéia de dá esse nome a banda? E quais eram as bandas que influenciavam vocês nessa época?
Alexandre: A sigla N.T.E significa NEM TODOS ESQUECEM. Antes desse nome a banda possuía o nome de DISTANTES. Teve-se que trocar porque já existia uma banda com esse nome, porém, a ideia do nome N.T.E veio da nossa observação para com as pessoas a nossa volta. Vários episódios hostis acontecem nos bairros periféricos, como agressão física de um machista que espanca e mata a sua esposa, um carroceiro que dá chibatadas em seu burro até o sangue escorrer, moradores de rua que são espancados e assassinados por playboyzinhos safados, uma dona de casa se suicida com veneno de rato por não suportar mais o tédio da vida, pessoas alienadas brigam nas ruas por motivos banais e no dia seguinte ninguém se lembra de nada, ou, finge não lembrar. Até os dias atuais existem pessoas que não sabem o que foi a ditadura militar, como se a maioria dos brasileiros não tivesse passado, apenas presente incerto e futuro incerto. Acredito que um povo sem memórias não poderá melhorar de forma sólida em seu futuro. Lembrando também que existem três filmes nacionais que ajudaram na construção do nome N.T.E, que foram “ ELES NÃO USAM BLACK TIE”, “QUANTO VALE OU É POR QUILO?” E “CRONICAMENTE INVIÁVEL”. Nossas influências vem de filmes undergrounds nacionais, não buscamos apenas música como inspiração, mas, nos artistas de rua, nas comunidades carentes, nas minorias excluídas pela sociedade. As bandas que nos ajudam como influências são: Hino Mortal, Misantropia, Karne Krua, Pastel de miolos, Restos de nada, Cólera, Lixomania, Metropolixo, Pacto social, Rotten flies, D.z.k, subexistência, crass, UK SUBS, devotos, GBH, Inocentes, Os maltrapilhos, Adolescents, Desnutrição, Fear, Lobotomia, Circle jerks, Chaos uk, The adicts, Varukers, Minor threat, Olho seco, D.o.a, Condutores de cadáver, Bad religion, Bad brains, Fogo cruzado, Psykoze, Ratos de porão, Ação direta, Caos 64, Brigada do ódio, Dead kennedys, Detrito federal, Academic worms e agora o Horda punk, Kankro e vocês da Cama de jornal.
Eduardo no Baixo.
3-Em 2011 a banda lança o segundo EP chamado “Pelo menos por um instante”. Nos fale um pouco sobre a concepção desse trabalho:
Alexandre: O pelo menos por um instante teve a maioria das músicas voltadas para as nossas dores internas, solidão, vícios, ansiedade, raiva, medo, decepção...foi a nossa demo menos divulgada que ficou praticamente no lance virtual, no qual eu não acho tão legal, pois toda banda precisa de material físico para ser distribuído. As músicas são bem legais. Temos um projeto de regravar todas as músicas de cada demo, não podemos deixar esquecidas aquelas boas músicas que iniciaram nossa história. Precisamos oficializar tudo.

4-No ano seguinte vocês gravaram um CD-r intitulado “o Egoísmo”. Como foi produzido esse material e como foi a distribuição?
Alexandre: Em 2012 conseguimos gravar o CDR Egoísmo, já com o Eduardo no baixo. Digamos que com a entrada dele, a N.T.E ficou mais forte, ele é bastante apaixonado pela cultura musical punk rock. Ele escuta muitas bandas do estilo e de todos os cantos do mundo. Somando essas forças, tivemos mais inspiração e compomos 14 músicas. Fizemos várias cópias e saímos distribuindo pela cidade, fizemos camisetas e daí a banda começou a ser mais vista. Nos preocupamos mais com a mixagem e masterização, foi uma produção mais cuidadosa. Lembrando também que nesse mesmo ano em dezembro fizemos nossa primeira apresentação no CAOSNATAL, evento clássico aqui da cidade, que já tem treze anos.
Os donos das baquetas é o Tadeu.
5-Em 2013 a N.T.E. grava seu primeiro CD oficial de fábrica, chamado de “Somos Prisioneiros”. Esse é um nome forte para um primeiro disco...afinal, ninguém percebe que somos prisioneiros?
Alexandre: Cara, passei tanto tempo esperando por esse momento! 2013 foi um ano muito produtivo pra banda. Gravar e conseguir lançar um cd oficial de fábrica é algo muito satisfatório. Desde 1998 eu tinha esse desejo, quando via uma banda underground com cd prensado, ficava me perguntando como eles conseguiram, se custa tanto dinheiro. Mas, depois percebi que a questão não é somente financeira, mas sim organizacional. Se a banda fizer um planejamento a longo prazo ela consegue. Infelizmente existe ainda muita bandas do cenário underground que acham que por serem undergrounds não precisam lançar nada físico, que quando uma banda consegue lançar ficam com inveja e falando mal. Que pena que o underground ainda tenha esses micróbios. Investir e acreditar em sua banda não é algo fácil.
Falando do título “somos prisioneiros” justamente reflete nossa sociedade medíocre e desinformada, elas são prisioneiras do consumismo desvairado, da ostentação, da falta de interesse por leitura, do comodismo...são tantos aprisionamentos que eu ficaria escrevendo várias folhas. Somos prisioneiros é um titulo forte, realmente. Pena que a maioria das pessoas não conseguem enxergar essa prisão sem muros.

6-Esse disco teve a parceria do Selo Microfonia, de João Pessoa. Como surgiu essa parceria? Como tem sido a receptividade do público e qual a diferença que vocês perceberam em ter sido distribuído por um selo independente, comparando com a época que vocês mesmos distribuíam os Eps e CD-r?
Alexandre: Eu já conhecia o Adriano Stevenson (dono do selo Microfonia) há muitos anos! E certo dia, resolvi enviar 15 cópias do CDR Egoísmo, pra ele. Daí através disso, reativamos o contato, fazendo com que ele se interessasse pela banda. Depois, surgiu o convite para fazermos a gravação do disco “somos prisioneiros” no qual aceitamos com muita alegria.
A receptividade do público tem nos surpreendido! Está além das nossas expectativas. Tanto nós como o selo fazemos uma divulgação pesada, enviando o disco pro Brasil todo. Amigos, bandas, enfim...pra um monte de gente. A vantagem de ter um selo independente é que eles nos ajudam na distribuição, na divulgação...e ajuda com os custos também. Na época que não tínhamos selo e distribuímos por conta própria ficava muito mais difícil. Sempre que se une forças com amigos, se torna mais fácil e até mais prazeroso. Vida longa ao selo Microfonia!

7-Nos fale um pouco sobre os temas das letras da N.T.E.:
Alexandre: Você chegou num ponto chave da entrevista. As letras para mim é a parte mais importante de uma banda. Eu conheço muitas bandas que possuem um grande instrumental, mas que não possuem uma letra consciente, que não toca, que não te passa nada, caindo num vazio, numa estatística de ser “mais uma”. Por outro lado, já ouvi bandas com um instrumental muito simples, mas que as letras preenchem o seu dia e te fortificam. Então é isso, os temas das nossas letras falam do nosso dia-a-dia, das nossas experiências de vida, nossas neuroses, anseios e questionamentos.
8-Como anda a cena de Natal-RN? Existe cooperação entre as bandas? Vocês participam de algum coletivo? O que tem de produtivo por aí?
Alexandre: A cena em Natal anda como sempre, cada um na sua. As vezes rola uma cooperação entre as bandas, mas cada uma no seu nicho. Não participamos não, de nenhum coletivo. Até gostaríamos, mas ainda faltam pessoas que possuam pensamentos semelhantes, pois trabalhar com pessoas que pensam diferente, às vezes atrapalha, ao invés de fazer a coisa andar.
Existem alguns locais onde rolam eventos esporádicos por aqui. Possuímos museus, pinacoteca, shows de artistas locais, artistas de rua e de circo (tropa trupe) temos sebos pela cidade, amigos tatuadores que fazem eventos, teatros... é só procurar que se acha algo pra fazer na cidade.

9-Vocês tem tocado com freqüência? Já tocaram em outras cidades? E em Outros Estados?
Alexandre: Aos poucos os convites vão surgindo, já tocamos em outras cidades e em outros estados. Não tenho muito que falar, pois começamos a rodar agora.
10-Quais os projetos daqui pra frente?
Alexandre: O principal é gravar o segundo cd de estúdio “anatomia da cidade”, e depois tocar bastante pelo país.

11-O espaço é de vocês: Falem o que quiser, divulguem, gritem, agradeçam quem merece agradecimento, reclamem...espaço livre aqui no Tosco Todo!!!
Alexandre: Agradecemos a vc Nem, por se interessar pela N.T.E! valeu amigo!
CONTATOS:
https://www.facebook.comNTE-Nem-Todos-Esquecem

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Programa Música do Subterrâneo 03

GRAVAÇÃO DO PROGRAMA MÚSICA DO SUBTERRÂNEO 03-RÁDIO TOSCO TODO DO DIA 11/12/2014.


1-VINHETA DE ABERTURA-ARQUIVO MORTO-SÓ MAIS UM PROGRAMA
2-ARQUIVO MORTO-O QUE FAZER (PE)
3-GARRAFA VAZIA-GERAÇÃO IOGURTE(SP)
4-GROTESQUE-CABEÇA DE PANO(SP)
5-BOSTA RALA-DESGRAÇA HUMANA(BA)
6-AORTA-DESAMPARO, DESESPERO(PE)
7-DELINQUENTES-MARIONETES DO PODER(PA)
8-GERAÇÃO OFENSIVA-HARDCORE SEM FRESCURA(SP)
9-ÓDIO BRUTAL-RATOS(ABC)
10-LICOR DE XORUME-CADÊ A CATUABA(PA)
11-ASFIXIA SOCIAL-A NOSSA VOZ É UMA BOMBA(SP)
12-ATESTADO DE POBREZA-QUANDO O PLANETA ESPIRRAR(BA)
13-BILA GNOMO-KALANGOTANGO(BA)
14-THE PLANT-LAMENTO(JOSÉ)(BA)
15-DESERDADOS-NOVA ORDEM MUNDIAL(SP)
16-ATO CINCO-FORTES ARMADOS(BA)
17-LATRYNA-VÁ REZAR OU TAPE OS OUVIDOS(BA)
18-COLÉ DI MERMO-TUDO É MARKETING(BA)
19-DEVER DE CLASSE-DESARMAR O MUNDO(BA)
20-SIGNISTA-OS MALDITOS CROCODILOS DO ESGOTO(BA)
21-PENÚRIA ZERO-COMENDO LIXO (COVER CAMA DE JORNAL)(DF)
22-BEER AND MESS-EU PRECISO PARAR DE BEBER(DF)
23-DEPENDÊNCIA PULMONAR- MENOR INFRATOR(DF)
24-VOZES DA ANARQUIA-VOZES DA ANARQUIA(DF)
25-CADILLACS-UMA MATILHA CHAMADA GOVERNO(SP)
26-HORDA PUNK-1977 EXPLOSÃO DO PUNK ROCK(SC)
27-HORDA PUNK-SEM PODER (COVER CAMA DE JORNAL)(SC)
28-ROTTEN FLIES-SACO DE GILETE(PB)
29-NOMES FEIOS-DOENTE(DF)
30-REPUDIYO-TUDO IGUAL(PR)
31-FORÇA MACABRA-HISTERIA-Cólera Cover-FINLÂNDIA
32-RASTA KNAST-Dia E Noite, Noite E Dia (Cólera)-ALEMANHA

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Programa Música do Subterrâneo 02

Programa Música do Subterrâneo 02-Rádio Tosco Todo-04-12-2014


Participações especiais de Ed Goma e Adson, integrantes da banda The Ad-Sons.
Se liguem na programação:
VINHETA DE ABERTURA-ARQUIVO MORTO-SÓ MAIS UM PROGRAMA
1-PLEBEUS URBANOS-ATUAR(SÃO PAULO)
2-INVASORES DE CÉREBROS-INJUSTIÇA SOCIAL(SP)
3-DESERDADOS-ROCK DE COMBATE(SP)
4-INOCENTES-NOS BRAÇOS DA VAMPIRA-COVER ZUMBIS DO ESPAÇO (SP)
5-THE AD-SONS-PUNK ROCK AND ROLL(VCA-BA)
6-EXECRADORES-IGUALDADE(SP)
7-DEVOTOS-MEU PAÍS(RECIFE)
8-MUKEKA DI RATO-NOSSOS FILHOS(ES)
9-GRITOS AFLITOS-ESCRAVOS DO SISTEMA(ITAPEVI-SP)
10-LOKAUT-ORDINÁRIOS PARTIDÁRIOS(SP)
11-OS MALTRAPILHOS-ÓDIO DA VIDA(CEILÂNDIA-DF)
12-PUPILAS DILATADAS-HÁ QUANTO TEMPO(RS)
13-DZK-FUI PUNK(SP)
14-CAMA DE JORNAL-O HOMEM(VCA-BA)
15-DETRITO FEDERAL-DESEMPREGADO(BRASÍLIA)
16-O SATÂNICO DR MAO E OS ESPIÕES SECRETOS-REPRESSÃO POLICIAL(SP)
17-AÇÃO DIRETA-MANIFESTO(SP)
18-DOR DE OUVIDO-QUANTO MAIS RICO, MAIS IDIOTA(CAMPO GRANDE-MS)
19-FHC-SOBREVIVO(SP)
20-LEPTOSPIROSE-CASA PRÓPRIA(BRAGANÇA PAULISTA-SP)
21-RECUSARMADA-CARRASCO PUNK(ITAPETININGA-SP) HOMENAGEM AO ANDRÉ COMIX
22-PRINCÍPIO ATIVO-VER-ME(VCA-BA)
23-NÃO CONFORMISMO-FABRICANDO DESGRAÇAS(MACAÉ-RJ)
24-FECALOMA-SURFISTA DE TREM (SP)
25-AUTOPSIA SOCIAL-ORGANIZAR LUTA(SALVADOR-BA)
26-MALACO VÉIO-SUGADOR(RIBEIRA DO POMBAL-BA)
BÔNUS: CÓLERA AO VIVO EM VITÓRIA DA CONQUISTA (2011)
27-CÓLERA-SUBÚRBIO GERAL-XOT
28-CÓLERA-DEIXE A TERRA EM PAZ
29-CÓLERA-MEDO
30-CÓLERA-QUANTO VALE A LIBERDADE
31-CÓLERA-HISTERIA(PARTICIPAÇÃO DE WENDEL NO VOCAL)
32-CÓLERA-PELA PAZ

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Programa Música do Subterrâneo 01-Rádio Tosco Todo

Podcast do Programa Música do Subterrâneo do dia 27 de Novembro de 2014.


PROGRAMAÇÃO MÚSICA DO SUBTERRÂNEO 27/11/2014
VINHETA DE ABERTURA-Arquivo Morto - Só Mais Um Programa
2-THRUNDA-viva a rebeldia(Fortaleza-CE)
3-UZT-ATRÁS DO ÔNIBUS(SALVADOR-BA)
4-ZEFIRINA BOMBA-ÔÔ-(PARAÍBA)
5-JASON-RIVOTRIL(RIO DE JANEIRO)
6-Maldita Minoria-Não, eu não quero tocar em seu festival fodão, nem fazer parte de sua elite idiota(SP)
7-GUERRA URBANA-GUERRA URBANA(RECIFE)
8-REPRESSÃO SOCIAL-VEGETAL(RIO DE JANEIRO)
9-ROTTEN FLIES-VELHA GERAÇÃO(PARAÍBA)
10-AGRESSIVOS-SÓ ENTRA QUEM GUENTA(SALVADOR)
11-NÔMADES-Ocupar, Produzir, Resistir(RECIFE)
12-Nute - Pisando Fundo(ALAGOINHAS-BA)
13-PÉ SUJUS-FALA NA CARA SEU BOSTA(SP)
14-Lixomania-Os Punks Tambem Amam(SP)
15-CONDUTORES DE CADÁVER-ANIVERSÁRIO(SP)
16-Protesto Suburbano-Hardcore(MACAÉ-RJ)
17-PASTEL DE MIOLOS-DESOBEDIÊNCIA CIVIL(LAURO DE FREITAS-BA)
18-COMEDORES DE LIXO-MINHA GUERRA(JOÃO PESSOA-PB)
19-MISANTROPIA-O REVOLUCIONÁRIO(MACEIÓ-AL)
20-NTE-Dias que sinto raiva(NATAL-RN)
21-NEM TOSCO TODO E AS CRIANÇAS SEM FUTURO-NAQUELE DIA(BA)
22-QUANDO O PLANETA ESPIRRAR-ATESTADO DE POBREZA(BA)
23-PUNK ROCK AND ROLL-THE AD-SONS(BA)
24-DONA IRACEMA-Para Nau(BA)
25-RATAZANA-Direito De Ir Ao Bar(CERQUEIRA CESAR-SP)
26- JAKO SURRADO - Não nos rendemos(RECIFE)
27-COLISÃO SOCIAL-LEVA PRA 40-COVER Setembro negro(SP)
28-BOSTA RALA-IDIOTA(SALVADOR)
29-ASFIXIA SOCIAL-Vaza Daqui(SP)
30-NARK-Morra Malafaia(RECIFE)
BÔNUS FINAL
31-The Jolly Boys-I Fought the Law (The Clash) (JAMAICA)
32-The Jolly Boys-The Passenger (Iggy Pop) (JAMAICA)

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Boqueirão Rock Metal Festival completa 10 Anos

O papo de hoje é com o Adauto Dantas, guerreiro do underground lá da cidade de Cícero Dantas-Ba, e idealizador do Boqueirão Rock Metal Festival, que esse ano completa 10 anos. Acompanhe e conheça mais sobre a cena no interior da Bahia, e saiba quais são as atrações do festival na edição de 10 Anos.

1-Primeiramente quero que você nos conte, como foi o seu despertar para o rock, o underground:
Adauto:Antes de qualquer coisa, agradeço o espaço pra falar um pouco sobre o Boqueirão Rock Metal Festival em teu blog, o que é de grande ajuda para a divulgação do mesmo. Bom em 1997, eu tomei conhecimento dos fanzines e do mundo underground através de primos que já estavam no meio underground e em 1998 eu comecei a editar o Odicelaf Zine, que é um zine mais direcionado ao Metal. Foi nesse período que fui conhecendo este maravilhoso mundo e fazendo muitos amigos pelo Brasil afora.

2-E depois, de onde veio a idéia do Boqueirão Festival? Por que escolheu esse nome?
Adauto:Como eu fazia o zine eu tinha muitos amigos e eles perguntavam sobre shows aqui na minha cidade, onde nunca tinha rolado nem um show e foi com a idéia de trazer bandas de amigos que fiz. Graças ao zine que dei inicio a idéia e também por ser mais um meio de fazer algo pelo Metal e o movimento Rock de minha cidade e região.
O nome foi dado em forma de homenagem a uma serra que tem o nome Boqueirão e é um local onde em meados de 2000, eu e a minha turma íamos muito aos fins de semana e também por causa do significado da palavra e pelo mito que existe por lá sobre o “Bode da Faixa de Ouro” que segundo conta a lenda ele passava de um lado a outro da serra. Alem do que eu queria envolver algo que fosse significativo pra cidade com o festival e este foi o nome escolhido.
CARTAZ DA EDIÇÃO 2014 EM COMEMORAÇÃO AOS 10 ANOS DO BOQUEIRÃO
3-O festival começou em 2004. Naquela época quais eram as principais dificuldades de realizar um festival desse porte aí em Cícero Dantas-ba? A cidade é relativamente pequena, quantos habitantes tem?
Adauto:As mesma de hoje em dia, eram as de 10 anos atrás. Falta de recursos financeiros. Falta de coragem de grande parte dos que na época estava envolvido em vim junto fazer acontecer. Os altos custos pra se contratar um bom som, local e até mesmo trazer as bandas de lugares distantes, porque aqui não existem bandas. Minha cidade tem em torno de 32 mil habitantes.

4-Qual era o seu objetivo, ao começar a organizar o festival?
Adauto:Além de trazer bandas dos amigos pra tocar, a idéia era influenciar a outras pessoas a apreciar o Rock e o Metal. Fazer existir um movimento maior, já que na época éramos mais ou menos uns 10/15 seres ouvindo música pesada por aqui. Mais pouquíssimo mudou...


3 das Atrações dessa Edição de 10 anos do Boqueirão.
5-Muitas bandas já passaram por aí, inclusive bandas de grande importância na cena underground. Quais você destacaria, e quais foram os shows que você não esquece?
Adauto:Todas as mais de 50 bandas que já passaram por ele foram muito importante pra a construção de sua história, legado e serão pra sempre lembradas. São muitas as bandas que nunca esquecerei pela amizade e pela importância que foi tê-los no festival em que organizo e por isso prefiro não dar nomes.

WAR-HEAD (Croácia) no 11° BOQUEIRÃO ROCK METAL FESTIVAL
6-Esse ano o que você está preparando? O que a galera pode esperar de novidade?
Adauto:Esse ano o festival estará fazendo 10 anos e pra comemorar fizemos uma edição em abril com os europeus da War-head, primeira banda gringa a se apresentar no festival. E agora dia 22 de novembro irá ter a edição de comemoração dos 10 anos, para o qual estou trazendo o Headhunter DC, que aprecio muito desde quando comecei no underground e que já vinha sendo pedida há muitos anos. Por isso decidir chamá-los para a comemoração deste feito do festival. Além do Headhunter DC como headline, terá ainda o Karne krua (importante banda da cena Punk, Hard Core e Crossover, que também tem sido pedida), Batrákia ( que faz uma linha mais Hard Rock/Heavy Metal), Overdose Alcoólica (banda muito divertida, que explora o tema do álcool em sua música e que é garantia de muita diversão), Quinto dos Infernos (que pelo nome já da pra se ter idéia dos temas de seu Metal com pegadas Hard Core), Disrupt Christ e Vermis Mortem (ambas bandas de Black Metal, sendo que a primeira é uma banda tradicional e com 14 anos de estrada no meio underground). O cast foi bem escolhido, na tentativa de agradar a todos que se farão presentes. Quase fechamos outra banda européia e bandas da parte sul do pais, mais infelizmente com os auto preços das passagens e promessas vazias de um pessoal, acabou não dando certo. Como sempre tentamos nunca repetir bandas que já passaram por aqui e nesse quesito temos sempre novidades no cast como é o caso das sete bandas que ai estão confirmadas.
Esse ano criamos uma compilation trazendo sons das bandas e mais material de divulgação do festival, acho que nenhum outro festival ou evento já fez isso aqui na Bahia. Segue o link pra quem quiser baixar:
Video de Divulgação do Boqueirão 2014
7-Então, obrigado pela entrevista, quero lhe parabenizar pela sua correria em manter acesa a chama do underground no interior baiano, a gente sabe que não é fácil...o espaço aqui é todo seu:
Adauto:Meu caro, eu quem lhe sou imensamente grato pelo espaço e oportunidade de estar aqui falando e divulgando um pouco mais do meu trabalho com o Boqueirão Rock Metal Festival. No mais espero ver todos os que leram essa entrevista presentes no Boqueirão Rock Metal festival no dia 22 de novembro próximo se divertindo, apoiando e batendo cabeça ao som do bom e velho Rock n Roll!!! Mais uma vez meu muito obrigado! Interessados em conhecer o festival segue os links: www.facebook.com/boqueiraofestival



sábado, 27 de setembro de 2014

5 Clipes do Subterrâneo #3

Estou de volta com mais uma edição de "5 Clipes do Subterrâneo".
Hoje, começaremos com a banda Penúria Zero, do Distrito Federal, com o clipe da música "Estado de Penúria". O clipe foi gravado ao vivo no Festival Ferrock 2014. As imagens foram do Julio Mautner e Junior Ribeiro e edição de Sopão Cold. aperta play!
Outro video bacana, que não é bem um clipe, mas sim um Making Of, é esse do Ratos de Porão, em que eles mostram a concepção da capa do disco novo deles, "Século Sinistro" grafite feito pelo artista Ricardo Tattoo, e usaram a música "Viciado Digital". saquem aí:
O próximo vídeo é da banda soteropolitana Sbórnia Social, e foi produzido pela "Quem é doido? vídeos" na base do "faça você mesmo", por 2 integrantes da banda, Lenon Reis e Marília Melo (bateria e baixo, respectivamente). A banda ainda conta com Rafael Medeiros (guitarra e vocal). Quer HC? então dá play!
Finalizando essa edição, com 2 bandas daqui de Vitória da Conquista. A primeira, é a Dona Iracema, com seu caatincore (hardcore da Caatinga). Vídeo feito com imagens caseiras, tem participação de muitos amigos da banda, que gravaram os videos e enviaram para a edição. A música "Viageajato", conta a história real de um show que não deu certo na cidade mineira de Pedra Azul. Assista aí:
O último clipe e não menos importante, é da clássica banda Conquistense "ÑRÜ", que fez barulho há muito tempo atrás, não só aqui, mas por todo brasil, através das fitinhas cassetes. O vídeo-clip gravado e editado em 1993, com recursos mínimos de gravação de áudio e com dois vídeo-cassetes, sincronizando cena por cena através do áudio de um microssistem à fita cassete de áudio. Eles não queriam se alistar!! dá play aí, se tu curte o subterrâneo!!!


sábado, 13 de setembro de 2014

Lançada a Coletânea Punk all Punk vol. 4

O Garage Band Underground acaba de lançar mais uma coletânea Punk all Punk, que já está no vol. 4, conta com bandas do Brasil, País de Gales, Paquistão e Alemanha. A representante de Vitória da Conquista é a banda Dona Iracema, meus parceiros de correria aqui em nossa cidade. A coleta conta ainda com as bandas Marmitex S.A., Global Parasite, Crimes Hediondos, Garrafa Vazia, Os intrusivos, Dilaceralmas, C.I.A., Corroídos pelo Ódio, Multinational Corporations, WC Masculino, Total Silence, Ideal, Disco Oslo, A Marca da Revolta e Alarmsignal. Baixe a coleta, e conheça novas bandas!!!
BAIXE AQUI

domingo, 31 de agosto de 2014

EDI lança demo

O projeto EDI acaba de lançar a Demo "Inexistente", Gravado dia 29 de Agosto de 2014 no Estudio F, em Natal/RN e o material está disponível para download. Composto por dois caras, tem Thiago Dutra (Guitarra/voz) e Thiago Figurante (Bateria), e trás um som cru e direto.
Baixe aí, e tire suas conclusões!!!
BAIXE AQUI "EDI-INEXISTENTE"
CONTATOS:

sábado, 23 de agosto de 2014

Entrevista Ratazana - 20 Anos

O papo de hoje é com a banda Ratazana, da cidade de Cerqueira César/SP. Completando 20 anos de estrada em 2014, nessa entrevista eles nos contam um pouco da história da banda no underground, sobre as demos gravadas e projetos para o futuro. Acompanhe aí e conheça mais sobre a Ratazana!!!
1-20 anos se passaram desde a formação do Ratazana. Nos fale como surgiu a banda, principais influências, conte um pouco sobre as mudanças nas formações, e como anda hoje:
Ratazana- Em 1994 a banda foi formada pelos amigos Ado, Gordo e Polastra, em nossa cidade no interior paulista, Cerqueira César/SP. Dentre várias influências, a principal digamos que foi os Ratos De Porão, inclusive que inspirou o nome da banda. Não havia muitos recursos disponíveis para nós naquela época, principalmente considerando que somos do interior paulista. Não haviam lojas de instrumentos e aparelhagens muito próximas, muito menos tínhamos condições de adquirir algo bacana, considerando a inflação da época, diferente de hoje onde podemos parcelar em diversas vezes uma compra, então seguimos com o que podíamos. Para terem uma ideia, a bateria era composta até por latas de sardinha. Como nunca visamos ganhar dinheiro tocando, tudo foi conquistado aos poucos com os esforços de cada membro ao longo dos anos. Sobre as formações da banda, na primeira década tivemos digamos que várias alterações de membros. No início da segunda década firmamos bem com os integrantes atuais. Ado é o único da formação original, que toca bateria. Marcelo Romero é o baixista e vocalista, e Caio é o guitarrista e vocais de apoio. Esta formação é a que conquistou mais coisas com a banda. Com certeza é a que mais representa a cara do Ratazana.
Caio em ação no Ratazana.
2-Em 2004 a banda lança uma Demo intitulada "Hardcore". Como foi o processo de gravação e distribuição desse trabalho?
Ratazana- Gravamos esta Demo em meados de 2004, quando a banda completava 10 anos de existência. Foi um momento histórico da banda não só pela data comemorativa, mas também porque iniciava-se a nova etapa para a banda, com nova formação que se estabilizou, e também pelas composições diferenciadas das demos antigas. As músicas da Demo Hardcore, em nosso ponto de vista, ficaram mais a cara da banda com relação às músicas das Demos antecedentes, mas é lógico, sem menosprezar o passado da banda, até porque aproveitamos algumas músicas antigas nesta então nova Demo. Outro ponto que achamos que foi muito importante na época foi a gravação em si. Gravamos em um estúdio em Avaré/SP (cidade vizinha à nossa), e obtivemos qualidade de gravação superior com relação às demos anteriores. A divulgação e distribuição foi no boca a boca. Tentamos expandir pela net também. Naquela época se não me engano foi quando iniciou a primeira rede de socialização virtual na net que se popularizou com grande expansão no país, então aproveitamos este espaço também. Buscamos divulgar em fanzines também. Na revista Rock Brigade obtivemos boa crítica, o que também ajudou a alavancar nosso trabalho. E algumas participações em coletâneas nos ajudaram a difundir ainda mais nossa Demo. Posteriormente, quando gravamos a Demo Classe Operária, incluíamos as músicas da Demo Hardcore como faixas bônus, continuando assim a divulgação desta Demo.

3-Qual a temática das letras do Ratazana?
Ratazana- Gostamos de seguir a linha de protesto. Além de curtirmos este tema, curtimos também a ideia de utilizar da música como veículo de comunicação para tentar ajudar os ouvintes a se conscientizarem que podemos conquistar coisas "colocando a boca no trombone", claro, não só falando, mas também agindo. Nosso país está carente de melhorias em todos os sentidos, então acreditamos que protestar por condições melhores é só um pequeno passo. Está em nossas mãos todo dia lutar pelo que acreditamos. Mas diríamos que nossas letras abordam diversos assuntos. Gostamos também de falar sobre o que vivemos. Sobre o que nos diverte, como por exemplo ir ao bar, tomar cerveja, curtir um som etc. Sempre utilizando a escola do Punk Rock clássico para falar sobre estas coisas.
Ratazana tem o Marcelo no baixo e voz.
4-Já em 2010 foi lançado a Demo "Classe Operária". Como foi a concepção desse CD?
Ratazana- Já tínhamos as músicas há um bom tempo, porém não tínhamos condições financeiras de custear a gravação, muito menos qualquer incentivo de terceiros. Ficamos um bom tempo apenas sonhando com a gravação destas músicas, mas continuamos ensaiando, tocando-as ao vivo, e compondo cada vez mais músicas, até que conseguimos aos poucos nos programar financeiramente, e entramos em contato com um novo estúdio de gravação também em Avaré/SP. Negociamos o parcelamento da gravação, dividindo os custos pelos 3 integrantes. Gravamos em apenas 2 dias, considerando que o primeiro dia foi praticamente perdido. Diríamos que o primeiro dia não rendeu muito talvez um pouco devido nossa pouca experiência com gravação em estúdio, e muito porque bebemos demais durante a gravação. Já no segundo dia fomos praticamente proibidos de beber pelo cara do estúdio, e concluímos nosso trabalho. Foram mais alguns dias para o cara do estúdio mixar, e logo estávamos com a Demo Classe Operária na mão para divulgar.
BAIXE AQUI O "CLASSE OPERÁRIA" E A DEMO "HARDCORE"
5-No ano passado a banda lançou um EP chamado "Bem Vindo ao Brasil". Nos fale um pouco sobre esse trabalho:
Ratazana- Recebemos o convite do Fabiano Gil de Areiópolis/SP para fazermos uma gravação. Escolhemos 4 músicas da Demo Classe Operária e uma música nova para gravarmos. O Fabiano é um cara que manja muito de gravação, mixagem e masterização. Só faltava um local com acústica adequada para gravação da bateria, então contamos com o apoio do Umberto Buldrini de Avaré/SP para gravarmos a bateria no estúdio dele. A ideia era fazer este primeiro experimento, e logo partirmos para um trabalho de gravação mais completo. Então realizamos esta gravação que ficou excelente com relação à qualidade da gravação, mixagem, masterização, e também consideramos da nossa parte, as músicas foram muito bem escolhidas e bem executadas. Gravamos no bem no finalzinho do ano passado e logo iniciamos a divulgação, portanto pode-se dizer que o EP foi lançado quase em 2014 mesmo.
BAIXE AQUI O "BEM VINDO AO BRASIL"
6-A banda também já participou de algumas coletâneas. Quais foram? E pra vocês, qual a importância das coletâneas na divulgação de uma banda underground?
Ratazana- Participamos de algumas coletâneas muito bacanas, entre elas a "Gold Star Collection", “HC Scene 6”, "Fúria E Ódio - 6 Way Compilation", "Kompilação Libertária#Attack The System" e "50 Tons De Ódio". Para o Ratazana sempre é muito legal participar de coletâneas. É uma ferramenta muito bacana de interação com outras bandas. Quando você divulga a coletânea, você divulga a sua banda e todas as demais que participantes, então expande muito a divulgação de toda uma cena. Esperamos ainda participar de muitas outras coletâneas.

7-A banda é da cidade de Cerqueira César, interior de São Paulo. Quais as principais dificuldades de manter uma banda em atividade numa cidade de pequeno porte? E o que vocês fazem para superar esses problemas?
Ratazana- Realmente em Cerqueira César não há muito espaço para o Rock em geral, e as dificuldades são vistas em vários aspectos. A prefeitura só investe grana com festas de peão, e no que se refere à música, eles acreditam que a cidade só precisa de música sertaneja e carnaval. Mas eles se enganam muito pois não há nenhum cantor sertanejo ou carnavalesco em Cerqueira César que está na ativa há 20 anos levando o nome da cidade tanto quanto o Ratazana por onde a banda passa. No setor privado também não há muito espaço, mas hoje em dia conseguimos mais espaço que há alguns anos atrás. Diria que hoje encontramos algumas poucas pessoas na cidade que fazem o que podem para colaborar com a cena, o que valorizamos muito. Mas acima de tudo, como temos muita vontade de fazer as coisas acontecerem, organizamos os festivais por aqui, contando com a participação das bandas de camaradas de diversas outras cidades. Temos digamos que um compromisso em manter viva a cena por aqui, por menor que pareça ser à outros, mas para nós é sempre muito prazeroso viver a cena. Costumeiramente somos convidados pelas bandas de metal da região para participar dos festivais de metal também. Sempre fomos muito bem recebidos pela galera do metal. Dentro de um contexto regional acerca de Cerqueira César, ao longo desses 20 anos acompanhamos bandas surgirem mas infelizmente pararem após um tempo. O que foi e ainda é muito importante pra gente é que nunca paramos de tocar, independente das dificuldades encontradas, e assim vamos mantendo viva a cena aqui por menor que pareça ser.
Ado, dono das baquetas e único remanescente da formação inicial.
8-No underground sempre rola de tudo, shows legais, shows furados, cada show tem uma história. Qual o show inesquecível pra vocês?
Ratazana- Teríamos vários exemplos de shows legais e shows furados para dar. Pensando assim nos vem a memória diversas situações positivas e negativas, mas em geral temos com certeza muito mais coisas legais do que ruins para lembrar e contar, até porque se você levar para o lado positivo, por mais que um show aparente ter sido "furado", quase sempre tem pelo menos 1 pessoa que foi e curtiu assistir a banda tocar, e isso é algo que não tem preço. No mínimo você conhece um lugar diferente e/ou pessoas diferentes, o que é sempre muito válido pra gente. Ultimamente todos os shows tem sido muito legais. A galera tem cada vez mais interagido, seja cantando nossas músicas ou seja fazendo roda. Quando um de nós está em algum evento apenas como espectador, que o Ratazana não vai tocar, sempre tem uma galera que nos reconhece e pergunta se vamos tocar, demonstrando desejo de nos ver no palco. Isso também é algo que não tem preço. É difícil citar aqui um show inesquecível, pois são muitos ao longo dos 20 anos, e cada um de nós deve guardar boas lembranças de shows diferentes. Mas arriscamos citar 2 shows que foram inesquecíveis para todos nós. Um deles foi quando abrimos para os Ratos de Porão, e outro que abrimos para o Periferia S/A (banda que seria a formação original dos Ratos de Porão, exceto pela saída recente do Betinho). Somos muito fãs dos Ratos de Porão, e apreciamos sua história e importância no cenário Punk Rock no país. Esses shows, além de nos divertirmos, a galera colou, agitou, fez roda e tudo mais, e ainda por cima assistimos esses ícones tocarem ao vivo no mesmo evento.
9-Quais os planos do Ratazana daqui pra frente? Algum material novo sendo preparado?
Ratazana- Estamos com algumas músicas novas prontas, as quais pretendemos gravar com a mesma qualidade de gravação do EP Bem Vindo Ao Brasil. Aproveitaremos para resgatar músicas da Demo Classe Operária, pois já que hoje temos acesso à condições excelentes de gravação, seria muito legal darmos a qualidade merecida para as músicas da Demo. Muito em breve devemos dar início às gravações, e logo estaremos divulgando o novo trabalho. Pretendemos também tocar muito mais, fazer shows em mais locais, conhecer mais cidades e pessoas, e continuar a trajetória do Ratazana difundindo o Punk Rock na cena underground.

10-O espaço é de vocês, deixem aqui a mensagem que quiserem para nossos leitores:
Ratazana- Gostaríamos de deixar 2 mensagens. Uma voltada para a música e a outra para o que podemos fazer para melhorar nosso país. Quanto à música, somos muito gratos à todos que nos apoiam, ouvem nossas músicas, vão aos shows, e que fazem o mesmo com as outras bandas na cena underground, enfim, todos aqueles que apoiam a cena e que contribuem para seu fortalecimento. Gostaríamos também de incentivar outras pessoas à montarem bandas, independente do estilo. É muito importante mantermos vivo isso. Gostaríamos também de incentivar as bandas já existentes a não pararem de tocar, independente das dificuldades. Com relação à outra mensagem, gostaríamos de pedir à todos para se conscientizarem com o que cada um pode fazer para melhorar nosso país, ou até mesmo em um contexto mundial. Pequenas atitudes fazem a diferença, e cada uma delas vai ajudando a erguermos nossa nação. Estamos em mais um ano político, e é muito importante agirmos com sabedoria nesse momento, caso contrário iremos continuar permitindo que nosso país entre cada vez mais nesse buraco que está.
CONHEÇA MAIS:
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terça-feira, 15 de julho de 2014

5 Clipes do Subterrâneo #2

De volta aqui com os 5 Clipes do Subterrâneo. Nessa edição o destaque vai para o lançamento do Clipe "O misterioso roubo dos vinis", da banda Ladrões de Vinil, de Vitória da Conquista. Banda dos meus amigos Ed Goma, Dieguinho e Loro.
1-Esse clipe foi produzido na oficina de videoclipe realizada pelo XVI Festival Nacional 5 Minutos, em parceria com a Coordenação de Música da FUNCEB, com o projeto Mapa Musical da Bahia. A oficina foi ministrada por Daniel Lisboa e Igor Souto. O resultado final ficou bem bacana, descontraído, com a cara da ladrões de Vinil. Acompanhe aí, e valorize nossas bandas locais!!!


2-Aqui vai um clipe com uma proposta legal, de uma banda coerente com o que fala e o que faz. No clipe da música "Carteirinha", a banda Protesto Suburbano, lá do estado do Rio de Janeiro, nos mostra que é possível ajudar as pessoas (nesse caso, idosos de um asilo) com atos simples como um sorriso, um abraço, ou uma simples presença para tocar uma música para eles já faz muita diferença. Esse é um video feito por Greg na Câmera, com Direção de Ian e Santuchi, da música de Alex Costa e a Edição e Finalização ficou com o Ian Souto Maior, tendo como Ajudante de set Tiago Coroinha "Baraka".


3-Esse video clipe da música "O poder do Dinheiro" da banda N.T.E. (RN), extraída do CD "Somos Prisioneiros" lançado esse ano , teve a Edição do Bruno Pacine, e produção do Selo Microfonia. Saca aí:


4-E outra banda do Nordeste brasileiro que fez um clipe muito bem produzido, foi a Rotten Flies, lá de João Pessoa-PB. Nesse clipe da música "Saco de Gilete", que também foi lançada e produzida pelo Selo Microfonia, tem uma sacada meio horror trash, e rola de tudo, desde um famoso "boa noite Cinderela", até um marmanjo tomando surra de uma freira gordinha...muito massa!!!


5-E pra encerrar, e você não dizer que não falei de Futebol e Copa do Mundo, vai esse clipe da banda Subviventes, com a música "Futebol Moderno". Esse video foi lançado no dia da estréia do Brasil na Copa, e no final, deu no que deu, né...Essa música estará no 4º CD da Subviventes, a ser lançado em breve. Então, sinta a pegada punk rock no futebol aí!


Então, é isso aí, fique ligado no blog, nas entrevistas, lançamentos e próximas edições dos 5 Clipes do Subterrâneo!!!


segunda-feira, 7 de julho de 2014

5 Clipes do Subterrâneo #1

Inaugurando mais uma seção aqui no blog Tosco Todo. A partir de hoje estarei disponibilizando alguns clipes undergrounds que assisti e achei interessante (ou bem editado, ou gostei da música, ou é de banda de algum amigo, etc, etc...), e que é importante divulgar.
1-Pra começar, vamo de Misantropia (Maceió-AL), com a música "Opinião". Misantropia é a banda mais antiga em atividade em Alagoas, e recentemente lançou o CD "Cartão Postal" (Saiba mais aqui). O clipe teve as Imagens feitas por J.Marcelo e Bárbara Pacheco. A Produção ficou a cargo de J.Marcelo, Luiz R., Pedro Carvalho e Hew Barreto e a Edição e Finalização foi também do J. Marcelo. Acompanhe aí:


2-O segundo clipe é da banda Beer and Mess (Brasília-DF), com "Eu preciso parar de beber". Esse video teve como protagonista o Sopão, guitarrista da banda Penúria Zero, lá de Brasilia. A Direção e Produção é do Roberto S. Patrício (Volume9), a Edição foi do José Trindade (Animars) e a Montagem foi de José Trindade e Roberto Patrício, com Produção Musical do Pedro Tavares. Os Atores foram Sopão Cold, Marcelo da Cruz, Sanderson Átomo, Luciano de Jesus, Carmen Lúcia, André Lima.


3-Outro clipe que divulgo aqui, é esse da banda Companhia de Amores Miseráveis (Recife-PE), direto do bairro de Brasília Teimosa (nome enigmático desse bairro...eheheeh). Gravado com imagens caseiras ou amadoras (como queiram chamar os "especialistas"), e outras retiradas do próprio youtube, esse clipe nos mostra a realidade social nas ruas do bairro de Boa Vista.


4-Agora, divulgo o novo trampo da banda Ação Direta (São Bernardo do Campo-SP), com o clipe da música "Manifesto", que faz parte do trabalho mais recente da banda, o CD "World Freak Show". o Clipe teve a Produção e Captação de imagens feitas por Paulo Ueno e Tiago Maciel, e a Fotografia ficou com o Tiago Maciel. A Edição/Finalização/Direção ficou com o Paulo Ueno. Acompanhe aí:



5-E por último, mas não menos importante, assista esse clipe da banda Pastel de Miolos (Lauro de Freitas-BA). A música "Desobediência Civil' faz parte do novo trabalho dos caras e teve Direção e Edição de Pablo Café, com Produção e Câmera por Clara Ribeiro, na segunda Câmera teve o Joaquim Fauro, e a Produção musical ficou na mão do Jera Cravo. Assista aí, e se puder, compartilhe os vídeos, ajudando assim a fortalecer o Underground!!!



sexta-feira, 16 de maio de 2014

Cama de Jornal lança Documentário

Finalmente foi finalizado o documentário sobre a banda punk rock baiana Cama de Jornal e um pouco da cena onde ela está inserida. Dividido em 6 partes, nessa primeira conta um pouco sobre o início, influências e gravação do primeiro CD "A Revolta dos Miseráveis".Em memória de Miguel Côrtes, o maior apoiador da cena rocker local...

Já na segunda parte, o documentário retrata sobre a gravação da Demo "Aos Vivos" gravada no Point do Rock. Relata também sobre a gravação do segundo CD "Comendo Lixo". Outro ponto abordado nessa parte, é a gravação da coletânea "Autonomia é o Caminho" no teatro Carlos Jeovah em Vitória da Conquista-Ba.
E na terceira parte conta um pouco sobre a gravação do DVD "A Conquista do Rock", fala também sobre as participações da banda no Festival Palco do Rock de Salvador, que também gerou um DVD gravado ao vivo nesse Festival. Fala ainda sobre a gravação do CD "Nada a Perder" e também sobre a gravação do DVD Split "Cama de Jornal e UZT no Conquista Underground".
Nessa quarta conta um pouco sobre a gravação do CD "Punk Rock de Conquista'. Fala ainda sobre a divulgação em rádios e selos independentes e também sobre participações especiais de amigos em alguns shows.

Nessa quinta parte conta um pouco sobre a gravação e participações especiais no CD/DVD "Cama de Jornal 10 Anos Ao Vivo". Conta um pouco também sobre a Turnê dos 10 Anos realizada em 2011, ano em que a banda tocou pela primeira vez fora do nosso estado, fazendo shows em Goiânia e Brasilia. E fala ainda sobre a perda de Redson (Cólera) e Miguel Côrtes (Som da Tribo), dois grandes amigos e parceiros da Cama de Jornal. Em memória de Redson e Miguel Côrtes, o maior apoiador da cena rocker local...

Nessa última parte conta um pouco sobre a Turnê Nordeste, realizada em parceria com a banda catarinense Horda Punk. Fala um pouco também sobre a mini turnê de 2014 em Goiás e Distrito Federal. Conta ainda sobre as bandas que já tocaram músicas da Cama de Jornal. E pra encerrar, as considerações finais. Em memória de Redson, Miguel Côrtes, Jota Pingo e Ricardo Punk Sujo.Valeu Galera!!!


Acesse aqui para saber tudo sobre a Cama de Jornal:


sexta-feira, 9 de maio de 2014

Entrevista com o Kaos Urbano RJ

O papo de hoje é com o Marcello Charuto, batera e fundador da banda Kaos Urbano RJ e com o Cleber, segundo vocal. A banda foi formada há 26 anos atrás e continua na ativa pelos subúrbios...Acompanhe aí:
1-Quando e de onde saiu o Kaos Urbano RJ?
Kaos Urbano RJ-Saiu do Subúrbio do Rio de Janeiro...lá em Realengo. O ano foi em 1989.

2-Chamava Kaos Suburbano, depois mudaram pra Kaos Urbano RJ...Por que dessas mudanças?
Kaos Urbano RJ-Em 88 era Kaos Suburbano e em 89 passamos pra Kaos Urbano, como ficamos até 97. Paramos com a banda e retornamos em 2012, e vieram várias bandas "genéricas", então resolvemos adotar o RJ no final do nome. 

3-Nesses 26 anos, a banda teve várias formações. O que ocasionou todas essas mudanças e como anda a banda hoje?
Kaos Urbano RJ-Tivemos muitos problemas com alguns membros, isso desde o início. Mas estamos com uma formação sólida hoje em dia.
Da esq. p/ dir.: Shushi (baixo), Fernando (guitarra), Charuto (bateria), Cleber (vocal) e Predador(guitarra).
4-Durante esse tempo, a banda já tocou em lugares renomados da cena carioca junto com bandas consagradas. Nos fale sobre os shows mais importantes e inesquecíveis para vocês:
Kaos Urbano RJ-Putz... Cólera, Varukers, Extreme Noise Terror, Olho Seco e Lobotomia... Ah! Ainda tem o DZK e o Lampinpolthajat (FIN).
Cartaz clássico com o Cólera
5-o Kaos Urbano já lançou alguns materiais. Quais são eles e em que ano foram gravados?
Kaos Urbano RJ-Começamos a gravar demos em k7 no início dos anos 90. Até 97 foram 4 demos. 

6-Como foi a distribuição dessas demos? Teve apoio de algum selo underground, ou foi independente?
Kaos Urbano RJ-Tudo era feito de mão em mão ou por correio pra outros estados e países. Nunca tivemos selo. 

7-Vocês tem o costume de realizar seus próprios shows e/ou festivais? O que vocês acham da atual cena underground do Rio de Janeiro?
Kaos Urbano RJ-A cena atual no RJ evoluiu muito em relação aos anos 80/90. Tínhamos poucos recursos pra investir na cena underground. Hoje em dia produzimos o Cascadura Hardcore Fest, inclusive em julho iremos para a terceira edição, novamente com os manos do Cólera.
8-E agora, quais os próximos projetos? Gravação de algum material, Turnê? o que a galera pode esperar do Kaos Urbano RJ em 2014?
Kaos Urbano RJ-Estamos pra lançar o nosso primeiro CD e estamos em estúdio trabalhando em novos sons já pensando no segundo. Quanto a turnê, estamos abertos a tocar e tudo vai ocorrer de forma natural. 

9-Agradeço pela atenção de vocês, e o espaço tá aberto para deixar contatos, links, falar o que quiserem...a hora é agora:
Kaos Urbano RJ-Estamos muito felizes em fazer essa entrevista, agradecemos a oportunidade de expandir o nosso trabalho, que nesses 26 anos, a nossa luta foi e está sendo árdua, para a nossa satisfação pessoal e pra todo o público que nos apóia. Obrigado!!!
Contatos:
Facebook: https://www.facebook.com/kaos.rjhc
Email: kaosurbanorj@hotmail.com
tel: (21) 99671-1913 / 97321-7366 (Marcelo Charuto)


sexta-feira, 4 de abril de 2014

Entrevista com o Mário da Garrafa Vazia

Depois de uma pausa, volto com as entrevistas no blog Tosco Todo. O papo de hoje, é com o Mário Mariones e o Hebert da banda Garrafa Vazia, da cidade de Rio Claro, interior de São Paulo.
Saca a conversa aí!!!
Mário Mariones
1-Minha curiosidade inicial é de onde tiraram esse nome? Eu acredito que tenha algo a ver com álcool, rock e ressaca...é isso, ou não?
Mário-O nome é bem escrachado. Teve dois significados. Primeiro é que na época enchíamos o pote nos ensaios, e a cachaça era sagrada. Outra coisa é a expressão "Garrafa Vazia". Lembro-me que eu costumava muito rever uma velha fita vhs em que meu cunhado gravara um resumo da Copa do Mundo de 1990. Nós jogávamos futebol de botão naquela época, críavamos os times com jogadores fictícios (lembro bastante das seleções com botões ‘improvisados’ de Burkina Faso, Zimbábue, Costa do Marfim, Egito e Japão, inclusive) e eu assistia muito à fita da Copa da Itália. Eu praticamente decorei algumas partes. Uma das grandes atrações era rever as partidas transmitidas pela TV Manchete.Era muito bacana. Inclusive eles mostravam os melhores momentos do primeiro tempo e do segundo tempo.
Bom, indo direto ao assunto, apresentando as equipes nas oitavas-de-final entre Camarões e Colômbia, jogo eliminatório, o célebre narrador Osmar Santos soltou essa: "Agora é que eu quero ver quem tem Garrafa Vazia pra vender”. A expressão chamou a atenção, pelo DEBOCHE contido nas entrelinhas, afinal a condição humana sofre da contigência da finitude, porra, todo mundo aí se matando de graça, e todos fatais candidatos à sumirem como velhas garrafas vazias no fundo do quintal do Plínio Maurício.
Mas a verdade também é que aquele o jogo foi histórico, Roger Milla e Higuita que o digam!
Nem, às vezes penso que Garrafa Vazia também tem um pouco do niilismo do Bukowski, quando a gente sabe da fudida condição humana, da angústia das escolhas, do humano como lixo descartável na era da masturbação - e porra, também eu parei de beber, então a Garrafa tá Vazia tem uns quatro anos quase.

2-Teve uma época que a banda tinha outro nome e tal. O que aconteceu?
Mário-Comecei a tocar em 1998, com o Danilão (bateria). A gente tirava um som, foi conhecendo uns parceiros. Primeiramente a banda chamava-se Beck Ronalds. Tocávamos "Fuder Geral", "Estudar pra quê?" e gravávamos os ensaios em fitas K7. Mais bebíamos que tocávamos. Mas em 2002, eu acho, entrou Ramon Satanás no baixo, eu e o Frankin fazíamos as guitarras( Frankin também amigão das antigas) e o Danilão na banda e fixamos o nome de Bad Trip. O problema é que já existia uma banda com esse nome. Então ficou Bad Bad Trip. No pouco tempo que durou a banda até 2004 (muito guaraná do capeta) gravamos duas músicas pra sair numa coletânea que nunca saiu, diziam que teria bandas de “renome ” do underground da época, mas o certo é que não saiu porra nenhuma. Então tocamos por alguns lugares aí: Rio Claro, é claro,Santa Gertrudes (com o Dezakato, banda que nós respeitamos muito e vemos como referência, Dezakato que fez história como um grande nome do hardcore dos anos 90), Limeira (fiasco de apresentação totalmente trêbada, haha) Sumaré e Campinas, no Bar do Zé, antes de ser reformado.
Aí eu saí fora mas os caras continuaram, mas em 2009 voltei a fazer uma sonzera com a rapaziada.
Reformulamos pro punk rock cru e direto, que era nossa cara, sempre foi, com letras em português bem escrachadas, letras curtas.

3-Então a Garrafa Vazia surgiu de fato em 2009?
Mário-Sim! No final de 2009. O Garrafa é de 2009.
Formação atual da esq. p/ dir.: Hebert (guit/voz), Vadio (Bat.) e Mário (Baixo/voz)
4-E o primeiro registro? Como rolou a primeira demo?
Mário-Eu descolei um bico como locutor das Lojas Cem. Com essa grana, bancamos o estúdio. Gastamos 200 reais e gravamos quatro sons.

5-De lá pra cá, muitos shows rolaram, com bandas consagradas como Cólera, Excomungados, Invasores de Cérebros, dentre outras. Quais vocês nunca mais se esquecerão? E como é tocar com essa galera?
Mário-Pô, foi massa demais. Com o Cólera foi em 2010, no Araraquara Rock, uma puta estrutura, Teatro de Arena, uns puta telões, mó pessoal pogando. Ver o Cólera ao final do dia foi animal. O Rédson inclusive ficou de produzir um trampo nosso, na época. Todos os caras muitos humildes, puta astral positivão, sem frescura.
Outro shows com as bandas veteranas que eu destaco foi tocar pela segunda vez com o Excomungados, num festival “Nojento Rock Fest” em Santa Gertrudes, inclusive na mesma noite teve o Sarjeta também. Sintonia total. Os caras são anárquicos e não estão nem aí pra nada, ligam o foda-se - sempre ironizando a hipocrisia reinante e mandando o punk rock cru em sua essência. Muito louco.
E dia desses rolaram também duas experiências bacanas; tocar com o Periferia SA, que foi simplesmente uma aula de hardcore punk: Jão e Jabá são caras que mandam muito bem a sonzera,e são humildes, o Jabá diz que "não fazem show, tocam entre amigos". O clima é de total descontração.
E recentemente tocamos também com o 88 Não! na Amizade Tour em Tatuí e foi demais! O Daniel, batera da banda, é gente fina demais, figuraça, e de quebra, no mesmo dia tocamos pela segunda vez com a Antibanda do Uruguai, muito massa, gostamos muito inclusive do punk rock latinoamericano.
E ah: tocar com o GBH no ano passado foi foda demais também.

6-Sendo vocês uma banda do interior de São Paulo, deve ser bem mais difícil conseguir tudo isso, não é? Como anda a cena não só aí em Rio Claro, mas também no interior de São Paulo?
Mário-Sim e não. Acho que não é bem essa a questão. Não ficamos presos a um lugar ou outro, centros específicos ou guetos. Especificamente aqui na cidade, Rio Claro teve muitas bandas fodas, como o Mordeth, o Dezakato. Ultimamente tem ótimas bandas também.
Eu particularmente gosto do Carniceiro, que faz um “metal vira-lata” com letras em português, “verdadeiro chute no ass do abadá chicleteiro, eis o violento Carniceiro”. São caras que são das antigas, que quando era mais novo colava no coreto , na praça pra ouvir o som. O Elias (guitarra) e o Borbo (bateria) organizam também o Equinócio, festival que é referência aqui na região, de caratér solidário. No ano passado tivemos a oportunidade de tocar, junto com o Carniceiro e várias bandas legais, com o Ratos de Porão fechando a noite. O Festival vai completar dez anos e já trouxe Korzus, Krisiun, Claustrofobia, RxDxP, e muitas bandas muito fodas aqui da região!
Tem também o Anguere, Sinaya, Interceptor, todo mundo na correria e mandando um som bala!
O interior em certo sentido é bem unido e forte. Na minha humilde opinião, muitas das bandas tem muita personalidade e é sempre um bailão divertido dividir o palco com elas, principalmente às que vão para celebrar, sem juízos equivocados, apenas vão pelas pessoas, pela amizade, pelo som - sem preguiça de pensar e interagir, na simplicidade total.
Somos eternamente gratos ao Hippies not Dead, banda fudida de São Carlos, nossos irmãos. O Hugo Brito fundou a banda em 1995, nunca se fechou em nenhum gueto e conhecer ele, a galera do Ação Tóxica (banda fudida de hardcore formada em 2004 em Porto Ferreira) deu uma nova vida ao Garrafa Vazia, porque o Hippies not Dead vive o underground de maneira real, sem frescura e sempre aprendemos muito com a sonzera deles, com a atitude, vamos rolar vários sons juntos ainda, assim nós esperamos!
Eu gosto de ouvir bastante também o punk podrão do Grotesque de Mogi Guaçu e o punk rock clássico do Ratazana, de Cerqueira César, além do Violent Illusion, crossover nervoso lá de São Carlos também! No interior, em geral, o climão é de paz e a tosqueira rola solta, sem treta e pose, discursinho demagogo de quinta categoria – bom, isso pelo menos onde a gente costuma tocar!
Na capital e no ABC rola também, mas ultimamente temos mais feitos uns bailões aqui por estas cercanias. Nesse vídeo você pode conferir um pouco como anda a cena do interior:

 7-Como vocês fazem para gravar e distribuir os materias da banda? Existe apoio de algum selo?
Mário-Tudo na raça. Conhecemos o pessoal de alguns selos, temos alguns parceiros, sempre participamos de coletâneas, mas lançamos tudo DIY, ao máximo. Gostamos de nos corresponder com o pessoal, ouvir as paradas, rolar aquele escambo, esquema de brodagem.
O responsável pela identidade visual da banda é o Hebert (guitarrista/vocais). Minha namorada cuida de parte do merchandising, a gente se corresponde com a galera, rolam os convites pra coletâneas, algumas gringas inclusive.
No começo gravávamos em Rio Claro, depois mudamos de cidade. E deixamos o som mais com a nossa cara. A partir do disco Pedrerage Sessions #01 passamos a gravar numa cidade vizinha, indicação de um camarada. Rolou por um preço acessível, com um equipo legal disponível lá pra gente, sem "custo de aluguel" ou coisa do tipo, tudo num esquema de camaradagem.
Geralmente gravamos ao vivo, quase não adicionando dub. Acho mais massa assim, a pegada do take, a energia de tocar ao vivo, toda diversão ali no momento, com suas imperfeições também.
Para o próximo disco vamos gravar em um novo local, o disco chamará Back to Bacana e já temos outro disco de inéditas engatilhado na sequência também!
Galera ajudando na divulgação da Garrafa Vazia
 8-Vocês já tem uma discografia bacana. Passa pra galera a lista completa aí, com o ano de cada lançamento:
Mário-Opa, valeu Nem!
Então, a gente costuma dividir o Garrafa Vazia em duas eras.
A primeira é a era das demos, com a formação antiga:
Garrafa Vazia (2009)
Aracy com y é bem mais legal (2010)
Elevadores são o lar de palhaços e mortos-vivos(2010)
O que restou da rua 1(2011).
Em maio de 2011 estabelecemos a formação definitiva do Garrafa. Somos uma família. Com a entrada do Vadio na bateria, (eu toco o baixo e canto), juntamente do Hebert na guitarra e cantando alguns dos sons achamos a sintonia perfeita e então gravamos:
"Os Garrafa" (2011)
Pedrerage Sessions #01 (2012)
Download AQUI
 Greatest Shits (2013 - com 27 sons)
Download AQUI
e no final de 2013 gravamos o split com uma banda que é uma puta influência pra nós, como anteriormente eu disse! Ela nos revitalizou musicalmente e filosoficamente, em termos de viver o underground - falo nossos irmãos do Hippies not Dead, banda de São Carlos, desde 1995 na ativa, abração ao Hugo Brito, nosso irmão, valeu demais!
Vadio é o dono das baquetas da Garrafa Vazia
 9-O split é o mais recente. Como anda a divulgação e repercussão desse material?
Mário-Estamos divulgando legal, levando pras gigs, o pessoal tem comprado e escutando bastante no YouTube também, se ligando, e alguns cantando e pedindo as músicas nos shows, o que é legal pra caralho.
Quanto à divulgação, é de boa, no faça você mesmo, no boca a boca, na raça.
O split ganhou destaque na capa da web Rádio Ponto Alternativo de Fortaleza, que é uma rádio que sempre nos deu uma força e também uma resenha bacana do blog Licor de Chorume de Goiânia.
Pretendemos enviar o split para vários zines e lugares por aí, com a correria tudo mundo trampando fica meio difícil concilar às vezes.
E também rolou algo bacana da gente participar de alguns programas de rádio, como da Rádio Ufscar com o “Versões Exclusivas” – valeu Matheus e Rafael do Krokodil lá de São Carlos pelo convite!
Também o Beto Feitosa (Rádio Xingo FM – A Força do Sertão) dá sempre uma força pra gente no programa “Pedras que Rolam”. Muito bacana. Valeu, Betão!
Acontece um fato interessante também. Além das músicas inéditas, nós gravamos uma música do Hippies not Dead ("Toca uma pra mim", um clássico deles) e eles gravaram uma nossa, "Cirrose". E daí às vezes acontece do pessoal pedir os sons de uma banda na hora em que a outra está tocando, por exemplo, e é muito legal, um clima de irmandade, as bandas tocando os sons, insanidade total, muito massa, somos partes de uma família, é um momento muito gratificante estar vivo e fazendo o que a gente curte, é apaixonante de verdade.

10-Pra vocês, o que falta na cena underground brasileira?
Mário-Passa a bola para o Hebert:
Hebert-O que muitas vezes falta é vontade. Vontade de agir, de produzir, de fazer algo diferente, de se mover a favor daquilo que gosta e acredita. Muita gente reclama de coisas como falta de espaço, de reconhecimento e afins - enquanto a vida passa numa chamada do YouTube. Isso sempre rolou, e sempre irá rolar, senão não seria underground. Humildade, camaradagem e tesão pelo que faz são regras primordiais pra quem quer viver a cena.
Hebert
 11-E o que faz vocês continuarem no underground, gravando, tocando, viajando?
Mário-A alegria.
12-O espaço do Tosco Todo é de vocês. Deixem contatos e falem o que quiserem:
Mário-Em primeiro lugar, obrigado Nem, pela oportunidade. Cama de Jornal é foda pra caralho, puta referência pra gente!
E seguinte: pessoal, tamos aí na luta! Quem quiser um cdzinho nosso é só dar um alô pelo Facebook que a gente dá um jeito de enviar via correio. Qualquer dúvida só mandar um email pra nóis também: mariomariones@gmail.com ou garrafacontato@gmail.com
A vida é um velho refrão 77, que não pode ser levada a sério demais sendo desperdiçada com mimimi da quinta-série.
Eu coleciono pedregulhos – morar no campo é a voz do sim.
A força da amizade e o amor e lealdade pelo que se faz com prazer, taí um troço bacana.
A capacidade de indignação será sempre alento e combustão, e foda-se os covardes e os doutrinadores de internet. Ler e reler será sempre uma cocaína moral insubstituível.
E porra: valeu a todo pessoal gente fina aí que tá com nóis na longa jornada tosquera adentro e obrigado pela força e simpatia, chefia - tamo junto irmandade! Abração dos Garrafa Vazia!
Segue 2 vídeos da Garrafa Vazia.
Meio Marmitex:

Punk do Mato:

Canal de vídeos no You Tube:
https://www.youtube.com/user/rioclaropunk
Para ouvir o split com o Hippies not Dead, onde cada banda no final toca um som da outra: