terça-feira, 11 de junho de 2019

Thrashard disponibiliza novo EP

Thrashard é Iuri, Oscar e Filipe
Conheci a banda Thrashard em um show bem underground, no bar Cana Café, bem longe do centro de Conquista e do lado daqui de minha casa. De imediato já me identifiquei com a sonzeira dos caras, uma mistura de thrash metal com Hardcore, o famoso Crossover! A banda vem há mais de cinco anos produzindo seus próprios eventos, gravando e tocando com as bandas que gosta. Conversei com a galera sobre tudo isso e também sobre o ultimo EP Damaged Brain, lançado no final do ano passado, mas só agora disponibilizado nas plataformas digitais. Se ligue no bate papo, ouça a sonzeira e conheça mais uma banda foda de Conquista!

A banda surgiu em 2013, e mesmo sem fazer shows, lançou logo um primeiro material. Conta pra gente como foi esse começo?
Então né, eu (Iuri) conheci Filipe pelo facebook, quando eu morava em Itambé-Ba ainda, e a gente já tinha bastante interesse em comum, quando se tratava de música, Filipe já tocava baixo e eu tocava guitarra, aí acho que foi meio natural querer fazer uma banda, só pra se divertir mesmo. Aí me mudei pra Conquista e a gente começou a fazer uns ensaios, e foi entrando mais gente na banda, como Rodrigo Freire na guitarra, que hoje toca na Bastard. A gente tinha umas composições já, e a gente era bem próximo da Assault (banda daqui de Conquista), ensaiava no mesmo lugar, (Filipe, Oscar e eu já tocamos inclusive) e a gente decidiu gravar um split entre as duas bandas, na raça mesmo, por que a gente não tinha ainda nenhum contato com gravação e tal, com bateria programada ainda por que Oscar ainda não tinha entrado na banda. Aí um tempo depois, já em 2015 a gente deu uma mudada no som, a gente era mais puxado pra o Thrash ainda, aí assumimos o Crossover de vez, e depois disso a gente gravou uma promo de 3 músicas, e entrou Oscar, que era o que faltava mesmo pra a gente. Pouco tempo depois, Rodrigo saiu da banda e resolvemos seguir com esse formato power trio mesmo, que é essa formação que está até hoje.

Mesmo assim a banda tocou em eventos com bandas importantes do Underground, como Test, Velho e Malefector. Como vocês avaliam esse intercâmbio entre bandas locais com as de outros estados?
É uma ferramenta importante no processo de fortalecimento da cena independente, da cena underground. E pra isso é mais do que necessário uma atitude nossa, é preciso correr atrás mesmo, arregaçar as mangas e fazer. O evento com o Test foi a gente quem organizou, por exemplo. Precisamos insistir para que esses intercâmbios continuem acontecendo, que os festivais ganhem força, pois é nos festivais que as bandas menores ganham essa oportunidade de dividir palco com bandas maiores.

Qual a importância de uma banda estar engajada na cena na base do faça você mesmo?
É importante pelo fato de que essa atitude deixa a banda viva, ativa. Isso consequentemente dá vida a cena em si, o engajamento da banda dá movimento à todo esse ecossistema, porque sempre vão ter os que reclamam, os que atrapalham e pra isso é nossa obrigação ser o contrapeso, até porque nós precisamos da cena ativa. Nós organizamos nossos eventos com o objetivo de fortalecer mesmo, e por isso em todos eles nós chamamos bandas locais e de outros estados, promovendo esse intercâmbio e interação entre pessoas e culturas.

No final do ano passado vocês lançaram o EP Damaged Brain, mas só agora começaram a divulgação. O que foi que houve de lá pra cá?
Então, a gente deu um corre pra fazer esse trampo acontecer e conseguir lançar, colocamos o material completo no youtube, fizemos lyric video e disponibilizamos o trampo completo pra download, conseguimos inclusive marcar alguns shows pra fazer a divulgação, o que foi muito interessante. Hoje um dos meios que a galera mais escuta som é por plataforma digital, e esse foi um dos fatores que mais nos atrapalhou na divulgação desse material, tínhamos nos programado pra lançar tudo de vez, no youtube, plataformas e download, porém tivemos problemas com direitos autorais de alguns samplers, o que acabou atrasando tudo, e muito. Ainda depois de conseguirmos lançar nas plataformas o som foi upado no perfil de outra banda com o mesmo nome da nossa. Enfim, o importante é que o trabalho tá aí e temos orgulho do resultado.

A banda canta em inglês, mas nesse novo material tem uma faixa em português. Por que cantar numa língua estrangeira? E vocês pensam em cantar somente em português nos próximos trabalhos?
Cara, como a gente sempre ouviu bandas do mesmo estilo que são gringas, meio que a gente seguiu o fluxo, até pela temática das letras se torna muito fácil compor em inglês e pra gente, mais interessante de se ouvir. O português é uma língua complexa, pra colocar num som tão rápido é meio complicado. Porém, com o tempo a banda foi amadurecendo e vendo a importância de se posicionar, e na situação atual o recado tem que ser mandado de forma direta, e a melhor forma de se fazer isso é cantando em português. Nossa ideia é ter mais composições em português e talvez uma coisa ou outra em inglês.

Qual a temática das letras?
A banda surgiu pelo nosso gosto em comum entre crossover/thrash e filmes de horror, então a ideia era manter isso, sempre escrevemos letras baseadas em filmes de horror, isso quando nós mesmos não inventávamos as histórias. Porém a gente sabe da importância de se posicionar e por isso temos algumas letras de cunho político e a tendência é compor mais nessa temática, afinal, fazer arte é ser político, principalmente no underground e a gente tem que passar o recado.

E agora, quais os planos pro futuro?
Continuar compondo, já temos várias músicas para serem gravadas. Vamos continuar organizando eventos, mas também pensamos em tocar em outras cidades e estados, fazendo parceiros e divulgando o nosso trabalho. 

O espaço é de vocês, pode falar o que quiserem;
Deixamos aqui o pedido pra quem ainda não escutou o nosso último trabalho (Damaged Brain), para escutar e se curtir, acompanhar a banda nas redes sociais e nas plataformas digitais. Pois somos uma banda proativa e não vamos parar de produzir, estamos felizes não só pelo resultado alcançado nesse EP, mas também pelas críticas de gente do Brasil inteiro e do mundo, falando muito bem a respeito desse trabalho. Vamos insistir em fazer esse trabalho AUTORAL, PESADO E INDEPENDENTE. Forte abraço à todos e para os fascistas que ainda existem na cena, que tenham uma morte lenta e sofrida, vão se fuder!

Thrashard nas plataformas da rede;
onerpm.com/Thrashard
Soundcloud.com/Thrashard
Thrashard.bandcamp.com
Youtube.com/channel/Thrashard

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